Translate

sábado, 17 de maio de 2008

APRENDENDO COM AS BORBOLETAS...


Vera Chvatal

¨Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo e o homem observou a borboleta, por várias horas, enquanto ela se esforçava  para fazer com que o seu corpo passasse através daquele pequeno buraco.
Então, pareceu que ela parou de fazer qualquer progresso. Parecia que tinha ido  o mais longe que podia e não conseguia fazer mais nada. Então o homem decidiu ajudar a borboleta; ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. E a borboleta, então, saiu facilmente. Mas, seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas.
O homem continuou a observar a borboleta, pois ele esperava que, a qualquer momento, as asas delas se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo, que iria se afirmar com o tempo. Nada aconteceu! Na verdade, a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com um corpo murcho e as asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar. 
O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura, foi o modo que a Natureza preparou para que o fluido do corpo da borboleta fosse para suas asas, de modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.¨

Essa pequena história escrita por um autor desconhecido nos dá condições de refletir sobre os obstáculos que temos que enfrentar, as perdas que sofremos, os momentos de tristeza que vivemos e as dores que nos angustiam.  Esses acontecimentos que provocam emoções e sentimentos dolorosos precisam ser elaborados e superados e exigem esforço de nossa parte.
Para voar livremente precisamos amadurecer e, para isso, temos que nos fortalecer enfrentando com coragem, paciência e determinação todos os momentos desagradáveis que nos causam sofrimento. Cecília Meireles, sabiamente poetiza a esse respeito: ¨aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.¨  
Como a fênix temos que renascer sempre e sempre, após cada morte, obstáculo, dificuldade. Renascer para um novo momento, uma nova vida, uma nova paixão... Afinal, parafraseando Carlos Drummond, ¨a felicidade não está em viver, mas em saber viver.¨


Nenhum comentário: