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domingo, 29 de junho de 2008

A IMAGINAÇÃO CRIATIVA E O SANHAÇO AZUL!



Vera Chvatal

Quando se cala o desejo e a vontade se aquieta, o mundo manifesta-se enquanto pura idéia. E nesse momento, o mundo é belo, distanciado que fica da luta pela existência, transformando-se no mundo da arte, da beleza, da criação.

Segundo W.R. Bion (psicanalista inglês, nascido na Índia) a imaginação criativa precisa conter a capacidade de correr riscos; a idéia nova tem uma força disruptiva dentro do grupo em que se apresenta.
Até se transformar em ciência, em objeto de arte, ou de artesanato, a idéia nova passa por momentos de fragmentação, desorganização, ambivalência, sofrimento e, muitas vezes, frustração.

O único caminho é o da intuição, que está reforçado pelo sentimento de que por trás das aparências, existe uma ordem.
A intuição é o que prevalece. Não tem caminhos lógicos para a descoberta das leis fundamentais.
Deve ser por isso que o cientista Albert Einstein dizia que suas descobertas provinham de 1% de inspiração e 99% de transpiração!

Aléxis Carrel (1873 -1944) famoso biologista francês disse que “a intuição está muito próxima à clarividência, é uma percepção extra-sensorial da realidade”.
Assim pode-se afirmar que a intuição é a possibilidade que temos de captar informações sem esbarrar em obstáculos nem de tempo, nem de espaço.

E como um pensamento puxa o outro, lembrei-me de uma tarde ensolarada de verão, em que, entrando na cozinha vi um sanhaço pousado sobre a fruteira bicando uma banana.
Ele já havia comido uma fita de casca da banana e mergulhava o bico na polpa branca e macia.
Ao me ver, voou para fora pousando sobre um galho de árvore no quintal, de onde ficou a observar-me.

Resolvi deixá-lo voltar e acabar de comer a banana já toda bicada e saí de mansinho para não assustá-lo mais.
Naquele momento de rara beleza, em que nossos olhares se cruzaram cheios de cumplicidade, deixei-me inundar pela poesia que a sua ousadia me suscitou:

Naquela ensolarada tarde de verão
o quente ar por todos os poros e porões se espraiava.
A porta da cozinha aberta, arejava
o fresco chão, onde o preto cão dormitava.
Subitamente, um lustroso azulado pássaro se achegou,
desavergonhadamente na fruteira pousou
a banana bicou e, degustou-a macia.

Quem te convidou, doce pássaro azul, lustroso, bicão?
Adentrar na minha calma e formosa cozinha,
onde fúlgidos raios de sol iluminam
minam minha doce-amarga solidão?
Empresta-me tuas azuladas asas lustrosas
para elevar-me e voar em liberdade
sobranceira, rumo à eterna e etérea imensidão
infinitamente azul!

Doce pássaro da liberdade
parceiro veraz, voraz, azul… volte!
Te espero e já antevejo na amplitude do céu
teu flanar lustroso, azulado, volátil...
Docemente, infinitamente altaneiro,
pássaro-amigo, sanhaço azul!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Otimização do cérebro! Melhorando a percepção do tempo...

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.
Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou
janelas, sem relógio... você começará a perder a noção do tempo.
Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.
Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos,
pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.

Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:
Nosso cérebro é extremamente otimizado.
Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho da mesma forma.
Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. (isso é mostrado no documentário SOMOS NÓS)
Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade.

Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo.
É quando você se sente mais vivo.
Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.

Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.
Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.
Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais
ou até falando ao celular ao mesmo tempo.

Como acontece?

Simples:o cérebro já sabe o que está escrito nas placas; você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente.
O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência).
Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente.
Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa... São apagados de sua noção de passagem do tempo.
Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.

Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir -as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo.
Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no
ano ou, para algumas pessoas, na década.

Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a... ROTINA!

Não entenda mal.
A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a
rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.
Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque).
Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos.

Boa experiência!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

TOME UMA ATITUDE! AJUDE, DENUNCIE!




Precisamos de sua proteção!
Você é nosso livre arbítrio, e nós confiamos em você!!!

Sempre que vc.encontrar um animal abandonado,
que receba maus tratos ou qualquer tipo de
atitude que agrida seu bom senso, faça o
que você gostaria que fizessem com você
se estivesse desamparado:
TOME UMA ATITUDE HUMANA
AJUDE! DENUNCIE!!!

Leis Brasileiras de Proteção aos Animais
UIPA - União Internacional Protetora dos Animais
SUIPA - Sociedade União Internacional Protetora dos Animais
Estimação - Sociedade de Proteção aos Animais
ARCA BRASIL - Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal
Diretório de Entidades Brasileiras de Proteção aos Animais e/ou ...
WSPA Brasil | Sociedade Mundial de Proteção Animal
PROTEÇÃO E DEFESA AOS ANIMAIS

terça-feira, 24 de junho de 2008

CÃES MESTRES...



Se um cachorro fosse o seu professor você aprenderia coisas assim:

Quando alguém que você ama chega em casa, corra ao seu encontro.
Nunca perca uma oportunidade de ir passear.
Permita-se experimentar o ar fresco do vento no seu rosto.
Mostre aos outros que estão invadindo o seu território.
Tire uma sonequinha no meio do dia e espreguice antes de levantar.
Corra, pule e brinque todos os dias.
Tente se dar bem com o próximo e deixe as pessoas tocarem você.
Não morda quando um simples rosnado resolve a situação.
Em dias quentes, pare e role na grama, beba bastante líquido e deite-se sob a sombra de uma árvore.
Quando você estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo.
Não importa quantas vezes o outro magoe você, não se sinta culpado...volte e faça as pazes novamente.
Aproveite o prazer de uma longa caminhada.
Alimente-se com gosto e entusiasmo, mas coma só o suficiente.
Seja leal.
Nunca pretenda ser o que você não é.
E o MAIS importante de tudo...
Quando alguém estiver nervoso ou triste, fique em silêncio, fique por perto e mostre que você está ali para confortar.
A amizade verdadeira não aceita imitações!!!

E NÓS PRECISAMOS APRENDER ISTO COM UM ANIMAL QUE DIZEM SER IRRACIONAL!

domingo, 22 de junho de 2008

sábado, 21 de junho de 2008

RIO DE JANEIRO: a cidade maravilhosa, o Pato Donald e o Zé Carioca

IMPERDÍVEL!

Se não conseguir abrir no blog, cole no seu navegador o link:

http://www.almacarioca.com.br/arte070.htm

Vale a pena ver!


Filme no qual o Pato Donald é apresentado ao recém criado (pelo genial Walt Disney) Zé Carioca e às atrações da
Cidade Maravilhosa: o Rio de Janeiro.

ESTE SHOW FOI CRIADO NA DÉCADA DE 50, SEM USO DOS
COMPUTADORES CHEIOS DE RECURSOS QUE HOJE TEMOS À DISPOSIÇÃO...

Foi disponibilizado pela ¨almacarioca¨ no YouTube para nosso deleite.
Podem assistir, curtir e apreciar músicas que marcaram época como Aquarela do Brasil e Tico Tico no Fubá.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

QUANDO O INVERNO CHEGAR…



Vera Chvatal

Como nem só no outono se vive, eis que chega o inverno com suas temperaturas mais baixas, trazendo o mês de julho e as férias escolares. Tempo de empinar pipas coloridas… Tempo de namorar, de ficar juntinho, como canta e encanta o Tim Maia com seu possante vozeirão:

“Quando o inverno chegar, eu quero estar junto a ti…”

Campinas fica mais vazia, mais charmosa, mais acolhedora. O trânsito de veículos diminui e os ipês florescem colorindo a cidade em suaves tons rosados e amarelo-ouro. O céu ora azulado, ora cinzento vai sinalizando que é tempo de recolhimento, com seus dias mais curtos e noites mais longas:

¨Chegou o inverno! / O vento frio do norte sopra / a noite como um gelado manto desce / e a vida aguarda em repouso...¨

É tempo de hibernar. Época em que a energia vital adormece - escondida - em silêncio, aguardando o momento propício para se revelar. A vida vai sendo gestada no seio da terra para, finalmente, explodir exuberante na primavera.
É tempo de repensar, fazer planos e mudar de rota, caso seja necessário.

¨Nas longas noites de inverno / meus sonhos acalento na memória / aguardando com prazer o momento / em que na vida eles serão história…¨

No inverno a imaginação fica prenhe de novidades, seduzindo a memória, esse fenômeno maravilhoso que nos permite guardar um tempo que se foi, uma experiência que vivemos e que deixou marcas… ficou memorável!

Os gregos da antiguidade consideravam a memória algo divino. Por isso cultuavam-na como uma deusa: Mnemosyne, a Deusa da Memória. Acho poético pensar na memória como uma deusa. Imortal!

Mãe das Musas que protegem as Artes e a História, a Deusa Mnemosyne conferia aos poetas e aos advinhos o poder de presentificar o passado, recordando-o para a coletividade. Além disso, os poetas e advinhos também tinham o poder de tornar imortal um mortal, pois ao registrar em suas obras a fisionomia, palavras, gestos e atos de um humano, este não mais seria esquecido. Tornando-se memorável, não morreria jamais.

Pois, num desses dias recordei-me de uma viagem feita a Montevidéo, onde encantei-me com um sobrado totalmente recoberto de hera de inverno. As folhas de um verde suave e brilhante formavam um belo contraste com o madeiramento envernizado da casa, emoldurando amplas janelas de vidro.

Era uma fria mas radiante manhã de sol e fiquei a imaginar como deveria ser belo acordar, abrir as janelas de par em par e deparar com os ramos pendentes recobrindo as paredes, formando um luxurioso e verdejante jardim vertical.

E agora, cada vez que vejo uma parede pichada, com aqueles horríveis rabiscos de tinta sujando e enfeiando a paisagem, penso como ficaria bonito uma muda de trepadeira-castanha, unha de gato ou hera de inverno a recobrir as paredes.
Ou então madressilvas, lágrimas de Cristo, amor-agarradinho, alamandas, primaveras… São tantas opções!
Alegrariam os olhos e o coração.
O inverno ficaria mais verde e a primavera chegaria mais florida!

Carinho é bom e todos gostam...

17/06/2008 - 14h28
Chimpanzés se consolam com abraços e beijos, mostra estudo

da Associated Press, em Washington
com Folha Online

Funciona com humanos e com chimpanzés também. Os animais com os quais compartilhamos 98% dos genes também usam abraços e até beijos para acalmar os outros, afirma um estudo da Universidade John Moores de Liverpool, na Inglaterra.

Segundo a pesquisa, o estresse dos chimpanzés vítimas de agressão foi reduzido quando outro primata lhe oferecia um abraço ou um beijo. De acordo com Orlaith N. Fraser, do Centro de Pesquisa em Antropologia Evolutiva e Paleontologia da universidade britânica, isso é particularmente interessante porque o comportamento --beijos e abraços-- só é visto após um conflito.

"Se é um beijo, o consolador pressiona sua boca aberta contra o corpo do receptor, normalmente no alto da cabeça ou nas costas", destaca a pesquisadora. Já o abraço é como entre os humanos: dois braços envolvendo o outro.

O resultado desse consolo é uma redução do comportamento que sinaliza estresse, como coçadas ou golpes da vítima em si mesma, aponta o estudo, publicado na última edição do "Proceedings of the National Academy of Sciences".

"Esse estudo acaba com as dúvidas sobre se o ato de consolar tem efeito, promovendo alívio e tranqüilizando os indivíduos após uma briga", diz Frans de Waal, do Centro de Primatas Yerkes, da Universidade Emory, em Atlanta. Segundo ela, o ato é mais comum entre os chimpanzés que já se relacionavam anteriormente.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Paris, a cidade luz!

Quer conhecer Paris?
Esse link te levará a lugares maravilhosos e inesquecíveis da cidade luz!
Para quem a conhece, servirá para rememorar os lugares já vistos.
E, para quem nunca teve oportunidade de visitar Paris, eis uma forma de ver um pouco da cidade, apenas usando o mouse.

MITOS: PARADIGMAS DO SER HUMANO

Vera Chvatal

Quinto capítulo: A dimensão teológica = o mito de Epimeteu e Pandora

Pandora foi a primeira mulher modelada por Hefestos, por ordem de Zeus.
Para torná-la irresistível teve a cooperação preciosa de todos os deuses que lhe concederam seus dons.
Satisfeito com a obra Zeus enviou Pandora como esposa a Epimeteu na Terra, que se esqueceu da recomendação de Prometeu de jamais receber um presente de Zeus, caso desejasse livrar os homens de uma catástrofe.
A raça humana vivia tranquila, ao abrigo do mal, da fadiga e das doenças.
Pandora havia trazido consigo uma jarra como presente de núpcias de Zeus a Epimeteu.
Por curiosidade, Epimeteu abriu a tampa da jarra e dela evolaram todas as calamidades e desgraças que até hoje atormentam a humanidade. Somente a esperança permaneceu presa junto às bordas da jarra, porque Pandora recolocara rapidamente a tampa por desígnio de Zeus.

Esse mito remete à dimensão religiosa e/ou espiritual, não no sentido de pertença a uma determinada instituição religiosa, mas sim no sentido de conservar a esperança como uma característica humana, como sinal de vida e de possibilidade de auto-transcendência.
A palavra religião vem do latim religare e tem o sentido de ligar o ser humano àquilo que o transcende.
A esperança é a principal virtude de todas as religiões conhecidas, desde os povos pré-históricos até a contemporaneidade.
E a esperança é também a última virtude a fenecer no coração humano.

Foto Vera/Grécia 2009

terça-feira, 17 de junho de 2008

Aquecimento Global

Amig@s:

Não esqueçam o aquecimento global e assinem a petição!
Ainda há tempo de salvar o planeta, vamos fazer a nossa parte.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O VELHO ÍNDIO CHEROKEE E OS LOBOS


Vera Chvatal

Uma pequena parábola para refletir:

Uma noite, um velho índio cherokee contou ao seu neto sobre uma batalha que acontece dentro das pessoas.
Ele disse: - Meu filho, a batalha é entre dois lobos que coexistem dentro de todos nós.
- UM É MAU: é a raiva, a inveja, o ciúme, a tristeza, o desgosto, a cobiça, a arrogância, a pena de si mesmo, a culpa, o ressentimento, a inferioridade, as mentiras, o orgulho falso, a superioridade e o ego.
- O OUTRO É BOM: é a alegria, a paz, a esperança, a serenidade, a humildade, a bondade, a benevolência, a empatia, a generosidade, a verdade, a compaixão e a fé.
O neto pensou naquilo por alguns minutos e perguntou ao seu avô:
- Qual o lobo que vence?
O velho Cherokee simplesmente respondeu:
- O que você alimenta!

Qual dos dois lobos estamos alimentando?

Todo cachorro merece ser feliz!

sábado, 14 de junho de 2008

MITOS: PARADIGMAS DO SER HUMANO

Vera Chvatal

Quarto capítulo: A dimensão erótico-afetiva = mito de Eros e Psiqué

Psiqué era uma jovem lindíssima, cuja beleza causou ciúmes e inveja na própria Afrodite, deusa da beleza e do amor. Esta chamou seu filho Eros e deu-lhe a incumbência de fazer com que Psiqué se apaixonasse pelo mais horrendo dos homens. Eros, todavia, ao invés de ferir a jovem com suas flechas, foi por ela ferido.
Apaixonado ordenou ao vento que levasse a jovem para o seu palácio encantado e fez dela sua esposa. Porém, antes do sol nascer ele desapareceu rápida e misteriosamente.
Retornando toda noite para amá-la, Eros a fez prometer nunca tentar ver-lhe o rosto.
Vivendo feliz e apaixonada um dia Psiqué recebe a visita de suas irmãs que, invejosas de sua felicidade a induzem e tentar descobrir o rosto do amado. Em uma noite, após Eros adormecer, Psiqué acende uma vela e se aproxima de seu rosto para observá-lo. Uma gota de cera quente cai em seu ombro, queimando-o.
Ferido, Eros acorda e foge do castelo, abandonando Psiqué.
Desesperada a jovem pede ajuda a Afrodite que, enfurecida e enciumada do amor do filho pela mortal, resolve puní-la dando-lhe quatro tarefas, a princípio, impossíveis de serem realizadas.
Com ajuda das criaturas da terra Psiqué desempenha as tarefas e Eros, temendo a ira materna, pede a Zeus que interfira pela amada. Eles se casam e Psiqué torna-se imortal.
Esse mito simboliza a afetividade e a necessidade que o ser humano tem de desvestir-se da ilusão e da idealização do “outro”. Aprender a ver, amar e aceitar o outro como ele é, é essencial para a construção de relacionamentos saudáveis e maduros.
O amor, sendo o desejo de união com o outro, estabelece um tipo de vínculo paradoxal: o amante deve cativar para ser amado livremente. O fascínio é gerador de poder, o poder de atração de um sobre o outro.
Porém, tal cativeiro não é ausência de liberdade, pois a união deve ser a condição da expressão da sensibilidade e da personalidade de cada um.
Cada um dos amantes deve conservar sua integridade.

Foto Vera/Grécia 2009

quinta-feira, 12 de junho de 2008

DIA DOS NAMORADOS

Vera Chvatal

Quinta feira, 12 de junho, um belo dia de final de outono!
O sol brilha trazendo calor em seus raios dourados e o céu azul e translúcido espraia-se como um manto de noiva sobre a terra. O tempo passa devagar, monótono, fazendo um convite ao devaneio.
Insidiosamente sinto-me invadir por um sentimento de nostalgia, trazendo em seu bojo saudades de um tempo que já se foi e não volta mais, saudades de pessoas que há muito não vejo e que não mais verei, saudades de algo que podia ter sido e não foi!
Vocês já sentiram nostalgia? Aquele obscuro e sutil sentimento que vai invadindo a alma devagarinho, de mansinho, trazendo um misto de insatisfação, dor e saudades? De algo indefinível, que não se sabe explicar bem… mas, perceptível!
Muitas vezes nem sabemos do que temos saudades ou de onde vem essa nostalgia, mas ela está lá, fazendo-se sentir, fazendo-se presente.
Saudades… presença de uma ausência. Uma ausência quer se faz presente no coração, na alma. Uma presença subjetiva. A pessoa amada se faz presente pela lembrança, pelo desejo que em nós provoca, de tê-la junto.
Desejo de possuir a sua presença de corpo e alma… Não queremos pouco!
E a nostalgia? Que sentimento é esse? Algia, elemento composto do grego algós que significa dor, e nos, forma oblíqua do pronome pessoal nós, define a palavra nostalgia como “nossa dor”.
Nostalgia é a dor produzida no exilado pelas saudades do lugar deixado para trás… A pátria, o útero materno, o coração de Deus! Exilados da nossa primeira pátria, o paraíso, sofremos de nostalgia. Exilados do grande útero universal, o Cosmo, sofremos de nostalgia…

“Amo-te com eterno amor!” (Jer 31,3). Diz o profeta que antes mesmo de nascermos já existíamos no coração de Deus.
A energia vital, pulsante, que promove a maravilhosa dança dos universos, onde corpos celestes fazem um paux des deux na poeira de estrelas, já nos amava e nos chamava à vida, desde sempre!
Na internet pode-se ver as fotos tiradas pelo Hubble, o gigantesco telescópio que sonda o espaço sideral com suas lentes possantes. De uma beleza indescritível, um arco íris de cores se destacando no negrume espacial, formando estrelas, cometas, satélites, meteóros, galáxias, nebulosas, buracos negros, universos sem fim…
Dizem que somos feitos de poeira de estrelas, isto é, somos feitos da mesma matéria que compõe as estrelas. Se o universo é o coração de Deus, se existimos desde sempre no coração divino como afirma o profeta, então essa nostalgia, essa saudades, essa dor do exilamento faz sentido.

“Como a corça anseia pelas águas vivas, minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei contemplar a face de Deus?” (Sl 41, 2-3) geme o salmista.
E por falar em anseio, para quem tem namorado hoje é o dia especial para comemorar esse fato.
E, para quem não tem, fica a saudades de um amor que se foi, ou a nostalgia do lugar perdido no coração amado!

E, como um assunto puxa o outro, lembrei-me de ter lido recentemente um artigo sobre a vida sexual das drosófilas.
Conhecem as drosófilas? Bem, para quem não sabe, drosófilas são aquelas mosquinhas, pequenininhas, chatinhas, que ficam volteando ao redor das bananas maduras.
Pois bem, o ato sexual das drosófilas obedece a um ritual bem definido. E muito interessante!
Quando o macho quer transar ele aproxima-se da fêmea, encosta a perna na dela e toca uma música com as asas, para enternecê-la. Quando a música termina, ele lambe o sexo da fêmea. E depois, somente depois, copula com ela durante vinte minutos. Rigorosamente!

Que romântico! O amor é lindo! Feliz Dia dos namorados.
“Ah! Beija-me com os beijos de tua boca! Porque os teus amores são mais deliciosos que o vinho, suave é a fragância de teus perfumes…” (Cânt 1,2-3)

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Pai Nosso em aramaico

Pai Nosso em aramaico com maravilhosas imagens do universo captadas pelo Telescópio Hubble.
Oração em palavras e em imagens!

terça-feira, 10 de junho de 2008

OUTONO DE CÉU AZUL E AR TRANSLÚCIDO...

Vera Chvatal 

O outono é uma das estações mais bonitas do ano, com suas manhãs claras e luminosas sob um céu azul profundo, sem nuvens.
Nessa época floresce a flor de maio ou flor de seda, como também é chamada. A flor de maio com suas pétalas de colorido brilhante, apresenta um aspecto sedoso e macio que lembra a seda! Vermelhas, brancas, rosadas e cor de maravilha, suas flores parecem pedras preciosas brilhando na ponta das folhas gordas e suculentas.
Também estão floridos de rosa os ipês que, ao esparramar pelo chão suas flores efêmeras, tecem coloridos tapetes naturais.
E os abacateiros carregados de frutos atraem bandos de aves silvestres em busca de suculentas refeições, enquanto lançam seus gorgeios e trinados na suave brisa outonal.
O outono é o tempo de poda para as plantas, uma preparação para o inverno que se aproxima.
E é tempo de reformulação de vida para os humanos, pois é uma estação que convida ao repouso, à introspecção.
Em 21 de junho se comemora o solstício de inverno, quando as noites são mais longas e o clima frio nos convida ao aconchego, ao recolhimento.
É tempo de fazer um retiro para dentro de nosso próprio interior, para meditar, reformular planos e pensar em novas direções para a vida. Época de gestação - contida no inverno - e preparação para o renascimento que virá nos próximos meses com a primavera.
Boa estação para todos...

Foto Daniel/São Carlos 2010

domingo, 8 de junho de 2008

Give It 2 Me; 4 Minutes...

Clipes da sensual Madona... um deleite para os fans, entre os quais me incluo!
Veja também clipes de Minutes to midnight.
Bon voyage!

sábado, 7 de junho de 2008

MITOS: PARADIGMAS DO SER HUMANO

Vera Chvatal

Terceiro capítulo: A dimensão política = o mito de Hefestos

Hefestos, filho de Zeus e Hera - o casal mais poderoso do Olimpo - nasceu deformado, era coxo.
Apesar da mutilação era valente, destemido e tomava parte ativa nos combates. Dono do poder de atar e desatar, Hefestos era também deus dos nós, podendo atar ou desatar deuses e deusas. Mais conhecido como deus das forjas, ele fabricava os mais surpreendentes e belos objetos de arte jamais vistos.
Casou-se com Afrodite a deusa da beleza e do amor. Todavia, como Hefestos ausentava-se muito do lar, Afrodite apaixonou-se por Ares, o deus da guerra, e levou-o para o seu leito. Tomando conhecimento da traição, Hefestos preparou uma rede mágica que prendeu o casal ao leito e chamou os demais deuses para testemunharem o adultério.
Após insistentes pedidos o deus coxo consentiu em retirar a rede e libertar o casal.
O deus Hefestos, enquanto modelo antropológico em sua dimensão política, pode ser compreendido a partir de sua capacidade criativa, engenhosa e de sua “força”.
A política é a atividade social que se propõe a garantir pela força, fundada geralmente no direito, na segurança externa e na concórdia interna de uma unidade política particular. Se numa democracia um partido tem peso político é porque tem força para mobilizar um certo número de eleitores.
Assim, força não significa, necessariamente, a posse de meios violentos de coerção, mas de meios que permitam influir no comportamento de outra pessoa. Como exemplo, pode ser o charme do ser amado quando extorque alguma decisão.
A força é a canalização da potência, é a sua determinação.
Hefestos usou de astúcia e de sua força política para punir Afrodite e Ares junto aos demais deuses do Olimpo.

Foto Vera/Grécia 2009

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Animais para preservar no Brasil e no mundo

Hoje, Dia Internacional do Meio Ambiente, merece que nos debrucemos sobre estes slides que mostram alguns dos animais que correm risco de extinção.
Precisamos nos posicionar para preservá-los e uma das formas é boicotando, de alguma forma, sua comercialização.
Como por exemplo, não comprar agasalhos de pele de animais,
denunciando quem compra e mantém em cativeiros pássaros ameaçados de extinção...
Enfim, se cada um fizer a sua parte, com certeza,
um dia esses animais poderão continuar a fazer parte de nossa preciosa fauna, procriando
e vivendo em paz neste nosso maravilhoso planeta azul!

Pálido ponto azul! Pale Blue Dot: A Vision of the Human Future in Space

Para refletir...

Neste vídeo do youtube podemos observar o planeta Terra como um minúsculo e pálido ponto azul. É o nosso lar, nossa morada, nossa terra.

No dia 14 de fevereiro de 1990, tendo completado sua missão primordial, foi enviado um comando a nave "Voyager 1" para virar e tirar fotografias dos planetas que havia visitado.
A NASA havia feito uma compilação de cerca de 60 imagens criando, neste evento único, um mosaico do Sistema Solar.

Uma das imagens que retornou da Voyager era da Terra, a 6.4 bilhões de quilômetros de distância, mostrando-a como um "pálido ponto azul" na granulada imagem.

O astronomo Carl Sagan disse que a famosa fotografia tirada da missão Apollo 8, mostrando a Terra acima da Lua, forçou os humanos a olharem a Terra como somente uma parte do universo.
No espírito desta realização, Sagan disse que pediu para que a Voyager tirasse uma fotografia da Terra do ponto favorável que se encontrava nos confins do Sistema Solar.

Esse e outros maravilhosos vídeos do nosso planeta e do universo em que vivemos, merecem ser vistos para nos lembrar quem somos e porque aqui estamos.

... e refletir!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Palco da Vida

Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes
mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo.
E você pode evitar que ela vá a falência.
Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.
Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um
céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas,
relacionamentos sem desilusões.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas,
segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos.
Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os problemas.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um
oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós.
É ter maturidade para falar 'eu errei'.
É ter ousadia para dizer 'me perdoe'.
É ter sensibilidade para expressar 'eu preciso de você'.
É ter capacidade de dizer 'eu te amo'.
É ter humildade da receptividade.
Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz...
E, quando você errar o caminho, recomece.
Pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita.
Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível,
ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

Fernando Pessoa

domingo, 1 de junho de 2008

Pensamento do mês: Junho/2008


Solidão não é falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudades.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos nossa vida...
Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto...
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.

Francisco Buarque de Holanda