Vera Chvatal
Quinto capítulo: A dimensão teológica = o mito de Epimeteu e Pandora
Pandora foi a primeira mulher modelada por Hefestos, por ordem de Zeus.
Para torná-la irresistível teve a cooperação preciosa de todos os deuses que lhe concederam seus dons.
Satisfeito com a obra Zeus enviou Pandora como esposa a Epimeteu na Terra, que se esqueceu da recomendação de Prometeu de jamais receber um presente de Zeus, caso desejasse livrar os homens de uma catástrofe.
A raça humana vivia tranquila, ao abrigo do mal, da fadiga e das doenças.
Pandora havia trazido consigo uma jarra como presente de núpcias de Zeus a Epimeteu.
Por curiosidade, Epimeteu abriu a tampa da jarra e dela evolaram todas as calamidades e desgraças que até hoje atormentam a humanidade. Somente a esperança permaneceu presa junto às bordas da jarra, porque Pandora recolocara rapidamente a tampa por desígnio de Zeus.
Esse mito remete à dimensão religiosa e/ou espiritual, não no sentido de pertença a uma determinada instituição religiosa, mas sim no sentido de conservar a esperança como uma característica humana, como sinal de vida e de possibilidade de auto-transcendência.
A palavra religião vem do latim religare e tem o sentido de ligar o ser humano àquilo que o transcende.
A esperança é a principal virtude de todas as religiões conhecidas, desde os povos pré-históricos até a contemporaneidade.
E a esperança é também a última virtude a fenecer no coração humano.
Foto Vera/Grécia 2009
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