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terça-feira, 20 de outubro de 2009

A FÁBULA DO PORCO-ESPINHO


Na conhecida fábula do filósofo Arthur Schopenhauer, um grupo de porcos-espinhos ia perambulando num dia frio de inverno. Para não congelar, os animais chegavam mais perto uns dos outros. Mas, no momento em que ficavam suficientemente próximos para se aquecer, começavam a se espetar com seus espinhos. Para fazer cessar a dor, dispersavam-se, perdiam o benefício do convívio próximo e recomeçavam a tremer. E o ciclo se repetia, numa infindável luta para descobrir uma distância confortável entre o frio do afastamento e a dor da união.

Estarão os seres humanos destinados a encontrar complementos perfeitos no amor? Ou seríamos mais parecidos com os porcos-espinhos, acotovelando-nos na eterna busca de um lugar entre o envolvimento doloroso e o isolamento sem amor?


Essas são as perguntas que servem como ponto de partida para "Os porcos-espinhos de Schopenhauer" (Editora José Olympio), de Deborah Anna Luepnitz, psicoterapeuta e escritora talentosa.

Luepnitz relata alguns casos de sua clínica: de problemas conjugais a doenças psicossomáticas, passando por um homem excessivamente conquistador, uma mulher que não consegue se relacionar com ninguém e uma mãe que tem problemas para cuidar do filho.

Com um texto íntimo e até mesmo divertido, a autora reexamina o papel do diálogo no encontro terapêutico, recorrendo de maneira clara a idéias complexas, extraídas e Freud e outros analistas, para provar como a fala pode salvar vidas.

Vale a pena conferir!

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