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segunda-feira, 30 de maio de 2011

PARA OS/AS AMIGOS/AS...


Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa.  Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítica de mim mesmo.  Eu me tornei minha própria amiga...  

Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou para a compra de algo bobo que eu não precisava, como uma escultura de cimento, mas que parece tão “avant garde” no meu pátio.  Eu tenho direito de ser desarrumada, de ser extravagante.
 
Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento. Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar no computador até as quatro horas e dormir até meio-dia?  Eu Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 &70, e se eu, ao mesmo tempo, sentir desejo de chorar por um amor perdido...  Eu vou chorar!

Vou andar na Praia num maiô excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulhar nas ondas com abandono, se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros no jet set. Eles, também, vão envelhecer.

Eu sei que eu sou às vezes esquecida.  Mas há mais, alguns coisas na vida que devem ser esquecidas. Eu me recordo das coisas importantes.
Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado.  Como não pode quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro?  Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão.  Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.

Eu sou tão abençoada por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos, e ter os risos da juventude  gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto. Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata.

Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo.  Você se preocupa menos com o que os outros pensam.  Eu não me questiono mais. Eu ganhei o direito de estar errada.

Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser velha.  O tempo me libertou.  Eu gosto da pessoa que me tornei.  Eu não vou viver para sempre, mas enquanto ainda estou aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será.  E vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer).
 
Que nossa amizade nunca se acabe porque é direto do coração!




Enviado pela Maro

3 comentários:

Bernadete disse...

Vera, li, reli, e me encantei.
Li que foi enviado pela Maro, mas, V. é que lembrou-se de mim.
Fez-me bem e fará sempre.]bjs.]Be.

Maro disse...

Gostei da montagem.

Cristina Ramalho disse...

Ai ai... Nada como aproveitar bem a VIDA hein!!!! :)