Repassando artigo PROESP-Facebook e abaixo material sobre o assunto.
Parabéns e obrigada a todos que protegem as florestas, as árvores, o verde, o meio ambiente e a qualidade de nossas vidas.
17 de julho-Dia de Proteção às Florestas
A vegetação nativa do Bosque dos Jequitibás – dados para uma reflexão
Segundo estudos recentes da Fundação SOS Mata Atlântica, no município de Campinas a cobertura original de Mata Atlântica era de 97%, dos quais restam hoje em dia apenas 2%, além dos pouquíssimos remanescentes de Cerrado. A região abrangida pela bacia hidrográfica do ribeirão das Anhumas, onde começou o povoamento de Campinas, tem uma porcentagem semelhante de cobertura de vegetação nativa, menos de 3%. A bacia do ribeirão das Anhumas apresenta urbanização densa e consolidada e quase um terço dos seus remanescentes de vegetação nativa localizam-se em áreas públicas, como é o caso do Bosque dos Jequitibás, dentre outros. O Bosque dos Jequitibás era uma propriedade particular até 1915, quando então passou à administração pública. O Bosque tem uma área total de 10 ha, dos quais 2,33 ha são ocupados pelo remanescente de Mata Atlântica. Ao longo do tempo, a administração pública tem promovido intervenções na área de vegetação nativa, algumas bastante danosas, como o raleamento do sub-bosque, plantio de espécies ornamentais exóticas nas bordas e no sub-bosque e a retirada de árvores mortas, para utilização da madeira, com sérios impactos sobre as espécies vivas. Nos anos de 1976 e 1977 foi realizado um estudo sobre as árvores da mata do Bosque, refeito de 2003 a 2005, cujo objetivo foi o de avaliar a dinâmica do remanescente. Das espécies de árvores registradas no primeiro estudo, 49 não foram encontradas e 38 são novas citações para a área. O número total de árvores diminuiu 24% e o de árvores mortas aumentou de 39 para 138. Observamos também o aumento das espécies exóticas, muitas invasoras, que quase triplicou. Os resultados encontrados mostram que, apesar do registro de novas espécies, ocorreu perda de diversidade e devemos considerar que entre as novas ocorrências há espécies exóticas invasoras, indicando que a diminuição na diversidade de árvores nativas é acentuada. O aumento de espécies exóticas pode ser atribuído à dispersão dos seus frutos pelos animais, muitos exóticos, soltos no Bosque, a partir das áreas não nativas. Espécies nativas, mas sem registro anterior também podem colonizar a área a partir da arborização urbana, como é o caso de uma das espécies de ipê amarelo encontrada na mata.
Durante os trabalhos de campo observamos a ocorrência de indivíduos adultos de peroba rosa, jequitibá branco e jequitibá vermelho, em processo de senescência, devido ao ataque de insetos broqueadores e de fungos patogênicos, que entopem os vasos condutores, impedindo o fluxo de água e nutrientes, levando as árvores à morte e atingindo indivíduos de diferentes tamanhos.
Os resultados encontrados indicam a necessidade de um plano de manejo da área nativa do Bosque dos Jequitibás que integre várias ações como, por exemplo, o plantio das árvores que não foram encontradas no último estudo; a eliminação progressiva das espécies exóticas invasoras dentro e no seu entorno; o controle da infestação dos insetos broqueadores e dos fungos patogênicos. O planejamento da arborização urbana do entorno deve priorizar as espécies nativas, de modo a diminuir os impactos do isolamento do Bosque na matriz urbana. Como a visitação do público em geral é muito intensa, deve ser realizada de modo a minimizar os impactos do descarte de lixo e do pisoteio do sub-bosque, principalmente na área de mata nativa. Outra questão que precisa ser revista é a existência do mini-zoológico e dos animais soltos que facilitam a disseminação de espécies exóticas invasoras do entorno para dentro da mata, bem como das cotias que anelam e matam as árvores. Consideramos que os animais presos se encontram em condições insalubres, cujos recintos só poderiam ser ampliados à custa da vegetação do Bosque. Além disso, consideramos que a situação em que se encontram esses animais deseduca os visitantes, que passam a considerar normal ou razoável mantê-los naquelas condições.
Tendo em conta a baixa cobertura de vegetação nativa do município de Campinas e da bacia do ribeirão das Anhumas, e a disponibilidade de estudos científicos que podem orientar a tomada de decisão pelo poder público, consideramos urgente a discussão de um plano de manejo do Bosque dos Jequitibás que integre as inúmeras ações que são necessárias.
Roseli B. Torres, Bióloga, Pesquisadora Científica do Instituto Agronômico de Campinas, IAC; José Ataliba M. Aboin Gomes, Biólogo, foi bolsista de iniciação científica no IAC; Thiago Conforti, Engenheiro Agrônomo, ex-funcionário do DPJ; Luis Carlos Bernacci, Biólogo, Pesquisador Científico do IAC; Michele de S. Dechoum, Bióloga, ex-funcionária do DPJ.
Roseli B. Torres
Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento Jardim Botânico
A vegetação nativa do Bosque dos Jequitibás – dados para uma reflexão
Segundo estudos recentes da Fundação SOS Mata Atlântica, no município de Campinas a cobertura original de Mata Atlântica era de 97%, dos quais restam hoje em dia apenas 2%, além dos pouquíssimos remanescentes de Cerrado. A região abrangida pela bacia hidrográfica do ribeirão das Anhumas, onde começou o povoamento de Campinas, tem uma porcentagem semelhante de cobertura de vegetação nativa, menos de 3%. A bacia do ribeirão das Anhumas apresenta urbanização densa e consolidada e quase um terço dos seus remanescentes de vegetação nativa localizam-se em áreas públicas, como é o caso do Bosque dos Jequitibás, dentre outros. O Bosque dos Jequitibás era uma propriedade particular até 1915, quando então passou à administração pública. O Bosque tem uma área total de 10 ha, dos quais 2,33 ha são ocupados pelo remanescente de Mata Atlântica. Ao longo do tempo, a administração pública tem promovido intervenções na área de vegetação nativa, algumas bastante danosas, como o raleamento do sub-bosque, plantio de espécies ornamentais exóticas nas bordas e no sub-bosque e a retirada de árvores mortas, para utilização da madeira, com sérios impactos sobre as espécies vivas. Nos anos de 1976 e 1977 foi realizado um estudo sobre as árvores da mata do Bosque, refeito de 2003 a 2005, cujo objetivo foi o de avaliar a dinâmica do remanescente. Das espécies de árvores registradas no primeiro estudo, 49 não foram encontradas e 38 são novas citações para a área. O número total de árvores diminuiu 24% e o de árvores mortas aumentou de 39 para 138. Observamos também o aumento das espécies exóticas, muitas invasoras, que quase triplicou. Os resultados encontrados mostram que, apesar do registro de novas espécies, ocorreu perda de diversidade e devemos considerar que entre as novas ocorrências há espécies exóticas invasoras, indicando que a diminuição na diversidade de árvores nativas é acentuada. O aumento de espécies exóticas pode ser atribuído à dispersão dos seus frutos pelos animais, muitos exóticos, soltos no Bosque, a partir das áreas não nativas. Espécies nativas, mas sem registro anterior também podem colonizar a área a partir da arborização urbana, como é o caso de uma das espécies de ipê amarelo encontrada na mata.
Durante os trabalhos de campo observamos a ocorrência de indivíduos adultos de peroba rosa, jequitibá branco e jequitibá vermelho, em processo de senescência, devido ao ataque de insetos broqueadores e de fungos patogênicos, que entopem os vasos condutores, impedindo o fluxo de água e nutrientes, levando as árvores à morte e atingindo indivíduos de diferentes tamanhos.
Os resultados encontrados indicam a necessidade de um plano de manejo da área nativa do Bosque dos Jequitibás que integre várias ações como, por exemplo, o plantio das árvores que não foram encontradas no último estudo; a eliminação progressiva das espécies exóticas invasoras dentro e no seu entorno; o controle da infestação dos insetos broqueadores e dos fungos patogênicos. O planejamento da arborização urbana do entorno deve priorizar as espécies nativas, de modo a diminuir os impactos do isolamento do Bosque na matriz urbana. Como a visitação do público em geral é muito intensa, deve ser realizada de modo a minimizar os impactos do descarte de lixo e do pisoteio do sub-bosque, principalmente na área de mata nativa. Outra questão que precisa ser revista é a existência do mini-zoológico e dos animais soltos que facilitam a disseminação de espécies exóticas invasoras do entorno para dentro da mata, bem como das cotias que anelam e matam as árvores. Consideramos que os animais presos se encontram em condições insalubres, cujos recintos só poderiam ser ampliados à custa da vegetação do Bosque. Além disso, consideramos que a situação em que se encontram esses animais deseduca os visitantes, que passam a considerar normal ou razoável mantê-los naquelas condições.
Tendo em conta a baixa cobertura de vegetação nativa do município de Campinas e da bacia do ribeirão das Anhumas, e a disponibilidade de estudos científicos que podem orientar a tomada de decisão pelo poder público, consideramos urgente a discussão de um plano de manejo do Bosque dos Jequitibás que integre as inúmeras ações que são necessárias.
Roseli B. Torres, Bióloga, Pesquisadora Científica do Instituto Agronômico de Campinas, IAC; José Ataliba M. Aboin Gomes, Biólogo, foi bolsista de iniciação científica no IAC; Thiago Conforti, Engenheiro Agrônomo, ex-funcionário do DPJ; Luis Carlos Bernacci, Biólogo, Pesquisador Científico do IAC; Michele de S. Dechoum, Bióloga, ex-funcionária do DPJ.
Roseli B. Torres
Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento Jardim Botânico
Material sobre o assunto:
-Materia Correio Popular 17/7/13
Bosque terá cara nova no centenário http://correio.rac.com.br/_ conteudo/2013/07/capa/ campinas_e_rmc/81229-bosque- tera-cara-nova-no-centenario. html
..A revitalização do espaço foi anunciada ontem pelo prefeito Jonas Donizette (PSB). O espaço é conhecido por ser o principal pulmão verde e uma das maravilhas de Campinas,......
-Matéria EPTV 27/2/12
Começa a revitalização do Bosque dos Jequitibás em Campinas http://g1.globo.com/sp/ campinas-regiao/noticia/2012/ 02/comeca-revitalizacao-do- bosque-dos-jequitibas-em- campinas.html
..A revitalização prevê a restauração do lago, substituição do piso de caminhada e trechos de asfalto, instalação de rampas de acesso e de corrimão de apoio em todas as áreas do parque. A substituição do piso deve ser feita em trechos e aproximadamente mil metros quadrados de asfalto serão sibstituídos por piso intertravado, piso derrapante e de maior durabilidade.....
Reforma do Bosque dos Jequitibas está parada 09/05/2011
.. Nem mesmo o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) serviu para mover ou sensibilizar a Administração municipal nos últimos quatro meses. ....
-Link http://almaci-artecriacao. blogspot.com.br/2013/03/pobre- bosque-do-jequitibas-campinas- sp.html
-Link http://almaci-artecriacao.
Pobre do Bosque dos Jequitibás (fotos de alguns animais) 4/3/13
Frequentadores se unem para tentar salvar o Bosque.(15/2/12)
..Cansados de promessas e de esperar por melhorias há mais de sete anos....
Após denuncia do SBT Record, Bosque dos Jequitibás continua interditado (27/2/12)
-Resolução Condepacc
Resolução nº13 de 2 de setembro de 1993 http://www.campinas.sp.gov.br/ bibjuri/r13-02091993.htm
Artigo 1º - Fica tombado "ex-officio" o Bosque dos Jequitibás, bem de interesse ambiental, com área de 101.000 m², situado no centro da cidade de Campinas (22° 55' S, 47° 03' W), delimitado pela seguinte poligonal:.....
-Resolução COMDEMA http://2009.campinas.sp.gov. br/bibjuri/r05-30052012.htm
Resolução COMDEMA nº 05/2012 de 30 de maio de 2012-Bosque dos Jequitibás
..O Pleno do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Campinas (COMDEMA de Campinas) reunido no dia 30 de maio de 2012, após discussões anteriores, institui a presente RESOLUÇÃO:..
-Relatório IAC
Dinâmica da vegetação nativa de um fragmento urbano(Bosque dos Jequitibás-Campinas-SP)
José Ataliba Mantelli Aboin Gomes, Roseli Buzanelli Torres, Luis Carlos Bernacci
-Foto aérea (EMBRAPA)
Movimento Resgate o Cambuí
Tereza e grupo
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