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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

SEU FILHO VALE MENOS QUE UM RATO?

[Olhar Animal] SEU FILHO VALE MENOS QUE UM RATO?
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Olhar Animal 
14:41 (20 horas atrás)
para E-grupoOlhar
rat test
Qualquer ser humano normal 
considera que a vida de seu 
próprio filho vale mais do que 
a vida de um rato. 
Mas é verdade também que 
qualquer ser humano normal 
considerará a vida de seu 
filho mais valiosa do que a vida de uma outra criança. Isso porque 
conferimos mais valor àquilo de que gostamos mais. 
Essa questão de preferência, porém, não se reflete no valor real 
dos indivíduos. Nenhum ser humano normal mata uma outra 
criança porque seu próprio filho está precisando dos órgãos. 
Ninguém atualmente tenta justificar racionalmente a utilização 
de crianças africanas para testar medicamentos que serão 
comercializados nos Estados Unidos com base em 
argumento do tipo “Seu filho vale menos que uma criança 
africana?”.
Para mim meu filho vale mais do que o filho do meu vizinho, 
mas isso não me dá direito algum sobre o filho do vizinho. 
Então por que esse argumento vil, malicioso e injusto é 
utilizado para tentar justificar o uso de animais em 
laboratórios? A única resposta que me ocorre é a de que 
existem poucos argumentos plausíveis a favor da 
experimentação animal. É necessário, de fato, apelar-se 
para esses, correndo-se o risco de simplesmente não se 
conseguir justificá-la. Trata-se de uma estratégia 
manipulatória de desespero e mesmo cientistas 
de renome não temem usá-la. Existem ainda outras 
linhas de defesa baixas da experimentação animal. 
Uma delas diz que sem a pesquisa em animais a ciência 
ficará estagnada. Isso é condicionar todo o pensamento 
científico a uma única metodologia. 
Caso isso fosse verdadeiro, se isso de fato assim o fosse, 
não seriam necessários cientistas nos centros de pesquisa,
bastariam técnicos capazes de seguir protocolos experimentais. 
Isso seria também negar todas as descobertas científicas 
realizadas sem animais, baseadas na observação 
de fenômenos em situações de campo, ou seja, praticamente 
todas. Outra linha trata de colocar os ativistas pelos direitos 
animais como fundamentalistas irracionais, terroristas, 
culpados por todo o atraso da ciência. Essa tentativa de 
retratar ativistas como criaturas obscuras e medievais, 
de desumanizá-los ou compará-los a nazistas nada mais é 
do que uma estratégia de desespero. Quando acusações 
reais não são possíveis, apela-se ao irreal. E cientistas 
mandam para si mesmos cartas ameaçadoras e se 
colocam como mártires pela ciência, e apesar 
de tudo continuarão com seu importante trabalho, pelo bem 
da humanidade. Mas se há algo de medieval e nazista em 
toda essa história isso ocorre quando se acendem fogueiras 
para queimar um inimigo que não existe, ou quando se 
utilizam argumentos de cunho supremacista para justificar 
o injustificável, como a pergunta que dá título a esse artigo.
Mesmo que cientistas sejam, eventualmente, ameaçados por um 
ou outro ativista, essas ameaças refletem a única manifestação 
contrária ao que eles praticam diariamente contra criaturas tão 
sencientes quanto seus próprios filhos. As ameaças são 
atitudes de desespero de pessoas que sabem que não podem 
apelar para as leis nem a nenhuma força legal. 
Esses cientistas são culpados, não são vítimas como querem 
se colocar. Ainda assim, ameaças, mesmo quando existem, 
quase nunca são levadas a cabo.
Nossa cultura nos faz conferir valores diferente para vidas animais 
humanas. Mas ela também nos faz conferir valores diferentes 
para as pessoas que conhecemos e as que não conhecemos, 
para povos com os quais temos boas relações e para aqueles 
aos quais somos indiferentes, para animais com os quais 
simpatizamos e para aqueles com que não 
simpatizamos. Essas questões de preferência pessoal nada 
têm a ver com o valor real da vida. Quando cientistas de renome 
fazem uso dessa psicologia para tentar justificar seus crimes, 
quando esses argumentos são os melhores que existem para 
defender a experimentação animal, fica 
evidenciado que a vivissecção é uma instituição em ruínas.
Fonte: ANDA - Agência de Notícias de Direitos Animais


perfil greif
Sérgio Greif -  sergio_greif@yahoo.com
Biólogo formado pela UNICAMP, mestre em 
Alimentos e Nutrição com tese em nutrição 
vegetariana pela mesma universidade, 
docente da MBA em Gestão 
Ambiental da Universidade de São Caetano do Sul, 
ativista pelos direitos animais, vegano desde 1998, consultor 
em diversas ações civis publicas e audiências públicas em 
defesa dos direitos animais. 
Co-autor do livro "A Verdadeira Face da Experimentação 
Animal: A sua saúde em perigo" e autor de "Alternativas ao 
Uso de Animais Vivos na Educação: pela ciência responsável", 
além de diversos artigos e ensaios referentes à nutrição 
vegetariana, ao modo de vida vegano, aos direitos 
ambientais, à bioética, à experimentação animal, aos métodos 
substitutivos ao uso de animais na pesquisa e na educação e 
aos impactos da pecuária ao meio ambiente, entre outros temas. 
Realiza palestras nesse mesmo tema. 
Membro fundador da Sociedade Vegana.

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Recebido por e-mail

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