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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

O PROVISÓRIO E O DESEJO PELO ABSOLUTO




A vida é provisória. Sabemos que estamos aqui de passagem, vindos (?) de algum lugar do qual não nos lembramos e indo para outro que desconhecemos. A saúde é provisória, hoje estamos bem, mas à medida em que avançamos em idade aumentamos nossas chances de adoecer e, certamente, de nos aproximarmos da hora de nossa morte.

Em síntese podemos dizer com toda a convicção que tudo é provisório e essa certeza dói! Dói porque seres finitos que somos almejamos o infinito. Sonhamos com a eterno e acordamos com a fragilidade da vida.

François Truffaut certa vez afirmou muito sabiamente que "tudo o que é do domínio afetivo reclama o absoluto. O filho quer a mãe por toda a vida, os amantes querem se amar e serem amados por toda a vida, tudo em nós pede o definitivo enquanto que a vida nos ensina o provisório. O verdadeiro dilaceramento reside na necessidade de aceitarmos o provisório para sobrevivermos."

Será esta a nossa sina? Sobrevivermos? E a tal vida plena, abundante com a qual sonhamos? Mito? Realidade? Ilusão? Quimera? Talvez... mas quanto mais vivemos mais aprendemos. E eu quero aqui compartilhar neste começo de um novo ano algumas das lições essenciais que aprendi:

1. Agradecer sempre! Um coração grato é alegre, é feliz e leva essa energia positiva por onde vai, contagiando a tudo e a todos;

2. Perdoar a si mesmo e aos outros. Remoer mágoas fere o coração e nos faz adoecer. Ficar preso às desilusões do passado entristece o presente e atrapalha o futuro. Qualquer experiência que nos tortura a alma, traz junto a oportunidade de crescermos com ela.

3. Auto-conhecimento, a chave da libertação pessoal. Uma compreensão melhor de nosso íntimo nos dá condições de fazer escolhas mais realísticas e produtivas para nossa vida;

4. Desejar o essencial. Em psicologia dizemos desejar o realizável, a pessoa que pressupõe o êxito, tende a possuí-lo;

5. Compartilhar. Doar, dar, emprestar, desfazer-se do supérfluo e do que não nos serve mais, inclusive. Tudo que se divide se multiplica e a solidariedade é a chave da nossa sobrevivência.

6. Autenticidade. Ser autêntico é aceitar-se e é a base para a aceitação do outro, do diferente, pois todos somos poeiras de estrelas, a mesma matéria do misterioso e maravilhoso Universo no qual habitamos!

7. Ter fé. Seres imanentes que somos, precisamos crer no transcendente. E ter fé não é fazer força para crer, é passar do esforço para a confiança mudando assim a base de nossa vida. Alimentando no espírito somente pensamentos positivos traremos a vitória para o reino das possibilidades. Não nos esquecendo que o temor é o grande aniquilador da personalidade humana e a preocupação é a mais sutil e destruidora das doenças humanas.

E já que todos fazemos parte da grande dança da vida neste universo  - ou multiverso como já dizem os cientistas que o estudam - façamos a escolha de sermos fortes, corajosos, ternos e gentis!

Um feliz 2015!

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