Nada mais contraditório que ser mulher.
Mulher que pensa com o coração, age pela emoção e vence pelo amor.
Que vive milhões de emoções num só dia e transmite cada uma delas num único olhar.
Que cobra de si perfeição e vive arrumando desculpas para os erros daqueles a quem ama.
Que hospeda no ventre outras vidas, dá à luz e depois fica cega diante da beleza dos filhos que gerou.
Que dá asas, ensina a voar mas não quer ver partir os pássaros que despertou, mesmo sabendo que eles não lhe pertencem!
Mulher que se enfeita toda, perfuma o leito e enfeita a casa, ainda que seu amor nem perceba mais esses detalhes.
Que como feiticeira transforma em luz e sorriso as dores e angústias que sente... só para ninguém notar!
E ainda tem que ser forte para dar os outros a quem neles precisa chorar...
Feliz o ser humano, nascido como eu, masculino, que por um dia souber entender a alma do feminino ser... Mulher!
(adaptação de texto de autor desconhecido: Paulo Roberto Rodrigues)
Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
– dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
(Adélia Prado)
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
– dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
(Adélia Prado)
Um comentário:
Olá, Vera!
Como vai?
Hoje visitei você no seu blog. Precisava de uma poesia e tive a idéia de buscar no "Poetizando a Vida" e, claro, encontrei o que queria.
Obrigada por compartilhar conosco esse seu "baú de riquezas".
Aproveito então a oportunidade para te enviar
um abraço e um beijo,
Cristina Boog
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