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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

ORAÇÕES À BEIRA DA SEPULTURA



Mensagem original
De: Rubem Alves < rubema_alves@uol.com.br >
Assunto: RUBEM
Enviada: 29/01/2013 17:18
03.02.13

ORAÇÕES  À BEIRA DA SEPULTURA

 Quando o  Horror acontece as autoridades, por obrigação do  ofício, se põem a multiplicar palavras, fazendo declarações, prometendo investigações rigorosas e punição dos responsáveis. Mas suas promessas são inúteis. Não é possível fazer os mortos  voltar das sepulturas.

Relata o livro de Jó que os três amigos que o visitaram por ocasião da sua desgraça “sentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites, e nenhum lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande” ( Jó 2.13 ). Eles sabiam que, diante do trágico deve-se calar e chorar.

O Horror pede silêncio.  Goethe disse que “poesia é a linguagem do que não pode ser dito”. Assim, resta-nos não dar ouvidos ao falatório ôco das autoridades, e rezar. 
Assim, rezemos...

 “Ó tu, Senhor da eternidade, nós que estamos condenados a morrer elevamos nossas almas a ti à procura de forças, porque a Morte passou por nós na multidão dos homens e nos tocou, e sabemos que em alguma curva do nosso caminho ela estará nos esperando para nos pegar pela mão e nos levar... não sabemos para onde. Nós te louvamos porque para nós ela não é mais uma inimiga, e sim um grande anjo teu, o único a poder abrir, para alguns de nós, a prisão de dor e do sofrimento e nos levar para os espaços imensos de uma nova vida. Mas nós somos como crianças, com medo do escuro e do desconhecido, e tememos deixar esta vida que é tão boa, e os nossos amados, que nos são tão queridos. Dá-nos um coração valente para que possamos caminhar por essa estrada com a cabeça levantada e um sorriso no rosto. Que possamos trabalhar alegremente até o fim, e amar os nossos queridos com ternura ainda maior, porque os dias do amor são curtos. Sobre ti lançamos a carga mais pesada que paralisa nossa alma: o medo que temos de deixar aqueles que amamos, os quais teremos de deixar desabrigados num mundo egoista. Nós te agradecemos porque experimentamos o gosto bom da vida. Somos-te gratos por cada hora de nossas vidas, por tudo o que nos coube das alegrias e lutas dos nossos irmãos, pela sabedoria que ganhamos e será sempre nossa. Se nos sentirmos abatidos com a solidão, sustenta-nos com a tua companhia. Quando todas as vozes do amor ficarem distantes e se forem, teus braços eternos ainda estarão conosco. Tu és o Pai dos nossos espíritos. De ti viemos e para ti iremos. Regosijamo-nos porque, nas horas das nossas visões mais puras, quando o pulsar da tua eternidade é sentido forte dentro de nós, sabemos que nenhuma agonia da mortalidade poderá atingir nossa alma inconquistável e, para aqueles que em ti habitam, a morte é apenas a passagem para a vida eterna. Nas tuas mãos entregamos o nosso espírito"” ( Walter Rauschenbusch, Orações por um mundo melhor, PAULUS )
*  *  *
O PROFETA E A MORTE

E pediram ao profeta: Fale-nos sobre a Morte. E ele disse: “A coruja, cujos olhos noturnos são cegos durante o dia, não pode revelar o mistério da luz. Se quereis realmente contemplar o espírito da morte, abri bem o vosso coração para a vida. Pois a vida e a morte são um, assim como o rio e o mar são um. Nas profundezas das vossas esperanças e desejos está vosso conhecimento silencioso do além. E como sementes sonhando embaixo da neve, vosso coração sonha com a primavera. Confiai em vossos sonhos, pois neles estão escondidas as portas para a eternidade. Pois o que é o morrer além de estar nu ao vento e derreter-se ao sol? E o que é cessar de respirar, senão livrar a respiração de suas incansáveis marés, que se elevam e expandem e buscam a Deus sem obstáculos? Só cantareis de verdade quando beberdes do rio do silêncio. E quando chegardes ao topo da montanha, só então começareis a subir. E quando a terra pedir os vossos membros, só então dançareis.” ( Khalil Gibran, O Profeta ).

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

10 FATOS SOBRE OS CÃES


Fonte: http://hypescience.com
Imagens: http://hypescience.com

10 coisas que você não sabia sobre cachorros 


Que eles são os melhores amigos do homem, você sabia. 
Mas os cachorros também são “um mundo à parte”. 
Protagonistas de filmes, motivo de estudos, e não só companheiros, 
mas muito úteis aos homens, os cães tem segredos que alguns 
dos mais apaixonados pelos bichos nem desconfiam. 
Você pode achar que conhece bem o seu cãozinho, mas confira 
10 fatos sobre ele que você talvez nunca tenha imaginado:



10) Os cães pegam nossas doenças:

Nós podemos ser diferentes dos cachorros de várias maneiras, 
mas na doença, não. Os cachorros pegam versões caninas de 
distúrbios humanos raros, como doenças no cérebro que levam à 
incapacidade de caminhar ou controlar seus músculos. 
Também, todo ano, cerca de 6 milhões de cães são diagnosticados 
com câncer. E, apesar de ficar doente não ser bom para ninguém, 
existe um benefício de ambas as espécies pegarem as mesmas 
doenças. Testes e pesquisas são mais fáceis de serem executados 
em animais, dando aos médicos um modelo da doença humana, e, 
ao cachorro, mais chances de cura – se uma doença acontece nos 
humanos, as chances de serem feitas pesquisas sobre ela são 
maiores.


9) Os cães podem sentir/cheirar nossas doenças

Cães estão sendo cada vez mais utilizados como animais de 
serviço para pessoas com diabetes, cuja saúde pode ser 
prejudicada quando o açúcar de seu sangue oscila. 
Cães especialmente treinados podem detectar o odor destas 
mudanças (doce para açúcar elevado no sangue, ácido para 
açúcar baixo) e alertar os seus proprietários antes mesmo 
deles sentirem os sintomas. E não é só quem tem diabetes 
que pode se beneficiar de um cãozinho. 
Se você tem câncer ou epilepsia, seu cão pode ser o primeiro 
a saber. Parece que os cães podem ser treinados 
para farejar câncer de pulmão, mama, pele, bexiga e próstata. 
Pesquisadores suspeitam que eles sentem cheiros extremamente 
fracos liberados por células anormais. Também dizem que um 
cão pode prever um ataque epiléptico 45 minutos antes do 
seu início. O fato é que ninguém sabe o que os cães conseguem 
captar, mas as teorias vão de um cheiro desconhecido a sutis 
mudanças de comportamento.

8) Os cães são capazes de pensar:

Segundo pesquisas, os cães podem ser tão inteligentes quanto 
crianças de dois anos. As cinco raças mais inteligentes são o 
border collie (sendo que alguns membros da raça são capazes de 
entender até 200 palavras), os poodles, os pastores alemães, o 
golden retriever e os dobermans. A raça mais popular da América, o 
labrador, alcança o número sete da categoria. 
As raças mais antigas, como cães de caça, buldogues e beagles, 
estão entre os alunos mais “lentos” do mundo canino. Ao contrário 
das raças mais recentes, que são projetadas para serem companheiras 
e sociáveis, as raças de cão mais velhas foram criadas para farejar e 
caçar, o que pode ter lhes dado mais músculos do que cérebro.


7) É raro, mas os cães podem nos deixar doentes

Os cães podem transportar doenças que prejudicam os seres 
humanos. Raiva, uma doença neurológica fatal, é a mais famosa. 
Hoje existem vacinas, exigidas por lei na maioria dos estados, 
que podem interromper sua disseminação. Em alguns casos, 
alimentos para cães podem causar intoxicação alimentar em 
humanos, devido à contaminação pela bactéria Salmonella. 
Há também um estudo que descobriu que o homem pode contrair 
o parasita nematóide Toxocara canis apenas por afagar a pele de 
cães infectados. A lombriga, que cresce nos intestinos de cães, pode 
crescer na parte de trás do olho em seres humanos, causando 
cegueira. Elas podem também fixar residência no fígado e nos 
pulmões humanos. Tais infecções em humanos são raras, e 
cuidados veterinários adequados podem garantir que os cães 
fiquem livres delas. Ainda assim, os veterinários dizem que higiene 
é importante para proprietários de cães. Todos devem lavar as 
mãos antes das refeições ou depois de fazer carinho no seu animal.

6) Os cães sentem inveja

Não, isso não é um sentimento apenas humano. Cães sabem 
quando não estão recebendo um tratamento justo. Um estudo 
de 2008 concluiu que quando os cachorros viam outros cães 
recebendo recompensa por um truque realizado, os cães que 
não ganharam recompensas tornaram-se agitados, arranhando-se 
e evitando o olhar dos cães recompensados. Eles também 
pararam de fazer o truque muito mais rápido do que se estivessem 
sozinhos e não obtivessem uma recompensa. Porém, eles 
continuam sendo criaturas melhores do que nós. 
A versão de ciúme dos cães não é tão sofisticada: os animais 
não pareciam se importar se os outros cães ganhavam salsicha 
e eles ganhavam apenas pão, e eles não se importavam se 
outro cão ganhava comida sem ter que fazer nada, enquanto 
eles tiveram que realizar truques para ganhar um lanche.

5) Os cães não sentem culpa

Os olhinhos tristes que os cachorros dão quando são pegos 
fazendo algo errado não são um sinal de culpa, segundo 
pesquisadores. Eles apenas respondem à repreensão humana. 
Quando proprietários pensaram que seus animais tinham comido 
um lanchinho proibido e os repreenderam, os cães olharam pro 
dono com o olhar de “culpa”, independentemente de ter ou não 
realmente comido o lanche. Na verdade, os cães que foram 
injustamente acusados muitas vezes pareciam mais culpados 
do que os cães que realmente tinham comido o lanche. Ou seja, 
o olhar de coitado não deve ser encarado como uma confissão.

4) Os cães dóceis vivem mais

Os resultados de um estudo sugerem que, na formação de raças, 
quando os homens buscaram selecionar “personalidades caninas”, 
inadvertidamente tocaram em características ligadas ao metabolismo 
e a longevidade. Segundo pesquisas, raças de cães obedientes e 
dóceis vivem mais. O estudo comparou o uso de energia, as 
personalidades, as taxas de crescimento e a expectativa de vida 
de 56 raças de cães. Após controlar fatores como o tamanho do 
corpo, os pesquisadores descobriram que raças agressivas e 
corajosas tendem a viver menos. Eles cresceram mais rapidamente 
do que as raças obedientes, ávidas para agradar, mas também 
tiveram maiores necessidades de energia.

3) Os cães são os mamíferos mais diversificados

Os cães apresentam uma incrível diversidade na forma do corpo. 
Um estudo publicado em 2010 constatou que as diferenças entre 
os crânios de raças de cães são tão acentuadas como as diferenças 
entre espécies de mamíferos completamente distintas. Um crânio 
de Collie, por exemplo, é tão diferente de um crânio de Pequinês 
como o crânio de um gato é de uma morsa. Toda esta diversidade 
faz dos cães uma espécie ideal para estudar como os genes 
trabalham, permitindo que pesquisadores associem genes a 
determinadas características, por exemplo, o que faz um cão 
dócil ou bravo.

2) Os cães tem árvores genealógicas

O conhecimento dos cientistas sobre os genes dos cães tornou
 possível traçar a árvore genealógica canina. Em 2010, pesquisadores 
anunciaram que cães pequenos vêm de uma linhagem que surgiu 
no Oriente Médio. Chihuahuas, terriers e outras raças de cães 
pequenos partilham uma variante do gene de populações de lobo 
cinzento do Oriente Médio, o que indica que raças pequenas 
provavelmente foram domesticadas nessa área. As conclusões 
se encaixam com evidências arqueológicas de que o homem e 
os cães começaram sua amizade há 12.000 a 13.000 anos no 
Oriente Médio, onde cães têm sido encontrados em antigos 
cemitérios humanos, às vezes até enrolados no túmulo com 
seus donos.

1) Seriam os cães ícones religiosos ou peças de interação social?

Nos tempos antigos, cães tinham um papel espiritual.  O cão de três 
cabeças, Cerberus, guardava o submundo no mito grego, ao passo 
que os embalsamadores egípcios antigos tiveram o deus Anubis 
como seu patrono.  No folclore maia, os cães conduziam os falecidos 
à vida após a morte. No Nepal, o Festival de Outono de Tihar tinha 
um dia especial para honrar os cães com guirlandas de flores
e alimentos. Hoje em dia, os cães são vistos como animais de
estimação sem valores religiosos. Porém, muitas pessoas
possuem cachorros, e a maioria delas cuida deles como se
fossem filhos. O melhor amigo do homem pode até mesmo
lhe ajudar a ter mais amigos: um estudo de 2000 descobriu
que andar com um cachorro pelo menos triplicou o número de
interações sociais que uma pessoa teve. Os cães são realmente
capazes de dar uma mãozinha nesse quesito: eles provocaram
contato social positivo mesmo quando o animal olhou ferozmente
para a outra pessoa, ou quando o proprietário estava vestido
com roupas velhas e surradas. "


domingo, 20 de janeiro de 2013

POR UMA CIDADE MAIS VERDE


 

Por uma cidade bem mais verde

Ecologia: pesquisador da Embrapa defende a necessidade de um olhar atento para o meio ambiente
17/01/2013 - 12h19

Foto: Divulgação
Divulgação
Pesquisador da Embrapa aponta necessidade de mais áreas verdes
 

Campinas precisaria ter 365 mil árvores a mais em suas ruas do que as atuais 120 mil unidades, o que corresponde a uma árvore para cada nove habitantes. A constatação vem do estudo Quantificação da Arborização Urbana Viária de Campinas, realizado pela Embrapa Monitoramento por Satélite, uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Uma publicação técnico-científica com dados das áreas mais e menos arborizadas da cidade e a apresentação da metodologia adotada será lançada para consulta ainda este mês e estará disponível no site www.cnpm.embrapa.br.

Segundo o coordenador da pesquisa, Ivan André Alvarez, esse é o primeiro estudo científico sobre o tema no município. Durante um ano, foram verificados 4.863 quilômetros de ruas, avenidas, canteiros centrais e rotatórias que estão sob os cuidados da administração municipal. “Foi um trabalho relativamente rápido e barato, graças ao uso da geotecnologia”, comenta.
Em conversa com a Metrópole, Alvarez apontou os gargalos da arborização urbana e indicou a necessidade de haver uma equipe bem treinada para o manejo – isso evitaria podas irregulares, que acabam matando as espécies e levando a cortes desnecessários. O pesquisador sugeriu, ainda, ações para o poder público contribuir para a cidade ficar mais verde. “Campinas tem um staff intelectual muito bom nessa área, que começou no passado com
o pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) Hermes Moreira de Souza. Temos também a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Não podemos deixar isso se perder”, ressalta.

Metrópole – Como foi realizado o mapeamento das árvores urbanas de Campinas?
Ivan André Alvarez – Foi um trabalho quantitativo. As imagens em alta definição dos bairros foram captadas por satélite, interpretadas por pesquisadores e transformadas em mapa. Em alguns pontos, para validar os resultados das imagens, uma equipe de pesquisadores foi a campo conferir as condições das espécies.

E qual foi a conclusão do estudo?
Constatamos que a região Norte, sobretudo Cidade Universitária, Barão Geraldo, Joaquim Egídio, Real Parque e Vila Brandina, é a mais arborizada. Nas regiões Centro e Sul, principalmente Nova Aparecida, Padre Anchieta e Distrito Industrial, há o maior déficit de árvores.

Campinas, então, é uma cidade pouco arborizada?
De forma geral, sim, pois nem todas as ruas têm árvores. A lei indica que deve haver uma árvore plantada em calçada a cada 10 metros, mas isso não acontece aqui. A média geral na cidade é de 25 árvores por quilômetro, ou uma árvore a cada 40 metros. Além da arborização em calçadas, canteiros centrais e rotatórias, que foi o foco do estudo, faltam espaços verdes. Os bosques, as praças, os parques e a Mata Santa Genebra não abrangem todo o território, nem levam conforto a toda a população. Onde há mais árvores plantadas, a sensação térmica, o ruído e a poluição do ar são menores.

O município já foi mais arborizado?
Campinas cresceu, a área urbana está invadindo a zona rural, os espaços verdes diminuíram, as casas já não têm quintais como antes e há mais vias e mais carros circulando por elas. Tudo isso mostra que, infelizmente, as árvores estão cada vez mais escassas. Também constatamos um cenário de destruição. Muita gente não quer mais ter árvores na frente da casa por causa das folhas que caem constantemente, das raízes e da necessidade de corte. Isso sem falar das podas radicais, que são mais fáceis, mas não são corretas porque enfraquecem a árvore. Com orientação e profissionais capacitados, é possível deixar a cidade mais verde e agradável, com espécies adequadas em locais propícios.
No estudo, também foram avaliadas as características e as condições das árvores?
Nosso foco foi quantitativo, mas a segunda etapa, que ainda depende de verba para ser realizada, será qualitativa e então deveremos ter informações mais precisas quanto às espécies e suas condições. No entanto, nas verificações de campo e caminhando pelas principais ruas e avenidas de Campinas, como no bairro Guanabara, vemos diversos exemplos de um problema muito recorrente: o manejo inadequado. As podas e os cortes são feitos de maneira errônea e as árvores acabam morrendo.

Quais são as espécies mais comuns nas ruas campineiras? Elas são adequadas para arborização urbana?
Temos árvores e arbustos, que são bem diferentes. As árvores crescem e oferecem sombra, já os arbustos são de menor porte e ramificam embaixo. Entre as espécies mais comuns na cidade estão sibipiruna, ficus (que é inadequada), tipuana, aldragos, cássias e ipês. Perto de nossa diversidade, são poucas as variedades.

Como vocês chegaram à conclusão de que há um déficit de 365 mil árvores?
O levantamento considerou cerca de 4,85 mil quilômetros de calçadas, canteiros centrais e rotatórias com manejo da arborização sob a responsabilidade da administração pública. Se levarmos em conta o que diz o Guia de Arborização Urbana de Campinas, que determina uma árvore a cada 10 metros, o ideal seria ter 485 mil árvores no sistema viário da cidade, e não as 120 mil que o levantamento apontou. O déficit refere-se, então, a essas 365 mil árvores.

Quais os lugares que mais necessitam de árvores em Campinas?
Na área que cresceu após a Rodovia Anhanguera há uma queda abrupta do número de árvores. Não houve planejamento, nem plano diretor de arborização urbana nos bairros daquela região. O Centro também é um local em que, praticamente, não existe arborização viária.

O que é necessário para reverter essa situação?
Minha sugestão é implantar projetos como o IPTU Verde, que oferece desconto no imposto para quem mantiver árvores na calçada ou no quintal, realizar ações de plantio e conservação das espécies e manter uma fiscalização eficiente. Falta um entendimento das pessoas sobre os benefícios das árvores, assim como falta amor pela natureza. Por isso, é que campanhas e ações educativas voltadas à população, principalmente às crianças, são fundamentais.

Recebido por e-mail do Movimento Resgate Cambuí

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

AS ÁRVORES E O CANUDINHO

PRECISAMOS MUDAR ESSE QUADRO URGENTEMENTE ATRAVÉS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, SEM POLUIÇÃO, DESPERDÍCIOS, SEM ALTERAR MAIS O ECOSISTEMA! CHEGA DE AGRESSÃO AO MEIO AMBIENTE! PRECISAMOS DEFENDER AS ÁRVORES E AS FLORESTAS EM DEFESA DE NOSSAS PRÓPRIAS VIDAS!


http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,as-arvores-e-o-canudinho-,977967,0.htm

As árvores e o canudinho
27 de dezembro de 2012 | 2h 04
Notícia
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Tomar suco com canudinho tem mais a ver com o risco de desaparecimento das florestas 
do que eu imaginava. Com o aquecimento global, a distribuição e a quantidade de chuvas \está mudando. Chove menos nas florestas e de maneira menos regular. Um estudo feito em florestas localizadas em 81 locais, distribuídos por todo o planeta, demonstrou que as árvores não estão preparadas para suportar essa mudança.

Quando tomamos suco com um canudinho, chupamos o líquido, que sobe pelo canudo e 
cai na nossa boca. O que as bochechas fazem é provocar uma pressão negativa (menor que a pressão atmosférica) no interior do canudo, o que faz o líquido subir.

As árvores usam um processo parecido para levar água do solo até a copa. Milhares de 
minúsculos canudos, chamados de dutos do xilema, transportam água e nutrientes  tronco acima. Esses pequenos dutos podem ser observados em qualquer pedaço de madeira: são os veios que correm ao longo do comprimento do tronco.  Nas plantas, o papel da bochecha, de criar a pressão negativa que faz a água subir, é exercido pelas folhas, onde os dutos do xilema se ramificam e terminam.  No interior das folhas, a água evapora, e é o processo de evaporação que cria a pressão negativa que chupa a água das raízes até a copa das árvores. Se falta água, as folhas podem fechar pequenas aberturas que existem em sua superfície (os estômatos), diminuindo a evaporação e economizando água. Quando a água é abundante, os estômatos se abrem, chupando mais água e transportando mais nutrientes, o que permite que a fotossíntese funcione a toda velocidade.

O problema é quando entra ar no canudo. Se você ainda não viveu a experiência de tomar 
suco com um canudo furado, vale a pena tentar. O ar que entra pelo furo desfaz a coluna de líquido dentro do canudo, destruindo a pressão negativa. Você chupa muito e pouco suco chega na boca. Exatamente a mesma coisa ocorre com as árvores quando falta água por muito tempo. As folhas, com sede, criam uma pressão negativa enorme, o que faz com que se formem bolhas de ar nos dutos do xilema, paralisando o transporte de água - é a chamada embolia do xilema. Se esse processo ocorre em poucos dutos, a árvore se recupera, mas se mais da metade dos dutos sofre embolia a árvore seca e pode morrer.

Ao longo dos últimos anos, os cientistas vêm medindo, em centenas de tipos de árvores, a pressão negativa máxima no interior dos dutos do xilema. Como era de se esperar, em climas em que existe pouca água no solo, como nas plantações de oliveiras na Espanha, as árvores estão adaptadas para manter uma pressão negativa muito grande de modo a chupar a pouca água que existe no fundo da terra. Já nas florestas tropicais, as árvores funcionam bem com uma pressão muito mais baixa, pois a água é abundante. A pressão em que uma árvore opera é uma característica da espécie.

Mais recentemente, outro tipo de medida também tem sido feita. É a medida da pressão negativa em que 50% dos dutos do xilema de uma dada árvore se enche de ar. Esse é o ponto a partir do qual a possibilidade de recuperação da árvore é muito pequena. Para fazer isso é necessário deixar de molhar o solo e ir medindo a pressão no interior do xilema à medida que as folhas vão aumentando 
a pressão desesperadas por água. Se a pressão aumenta muito, começa a ocorrer o acúmulo de ar nos canudinhos do xilema. Quando 50% deles estão com ar, a pressão é registrada. Essa é a pressão em que ocorre a embolia irreversível dos dutos do xilema, também uma característica de cada espécie.

Agora os cientistas compilaram os dados para 226 espécies de árvores, localizadas em 81 regiões, espalhadas por todos os ecossistemas do planeta. Foi comparada a pressão negativa em que cada árvore opera no seu cotidiano e a pressão negativa máxima suportada pela espécie, aquela em que 50% do sistema colapsa (embolia irreversível). Quando esses dados foram analisados, o resultado deixou os cientistas impressionados e assustados.

Os dados demonstram que em praticamente todas as espécies de árvores, qualquer que seja seu habitat - seja na floresta amazônica, seja nos semidesertos -, a diferença entre a pressão que as árvores usam para obter água nas condições normais é muito próxima da pressão em que elas sofrem embolia irreversível. Em outras palavras, todas as árvores, de todas as florestas, operam sempre muito perto do limite tolerado por cada espécie. Isso quer dizer que mesmo uma árvore localizada na Amazônia, onde chove muito e a terra está sempre úmida, vive no limite de sua capacidade de capturar água. Se a quantidade de água for um pouco reduzida, ela corre o risco de embolia irreversível. E o mesmo ocorre com uma árvore do Cerrado. Ela opera com uma pressão mais alta, mas também próxima ao limite em que ocorre a embolia irreversível.

Esse resultado inesperado assustou os cientistas, pois demonstra de maneira cabal que as florestas de todo o globo são extremamente suscetíveis a pequenas diminuições de água. Basta o aquecimento global diminuir um pouco a quantidade de água e as árvores de todos os ecossistemas podem colapsar vítimas de embolia em seu xilema. O resultado também explica porque em diferentes regiões do planeta, onde o aquecimento global já reduziu as chuvas, muitas florestas estão morrendo rapidamente.

A conclusão é que as árvores vivem perigosamente. Em todas as florestas, elas vivem próximo do limite de sobrevivência. Ao alterarmos o regime de chuvas estamos colocando em risco a sobrevivência de todas as florestas. E sem árvores não haverá suco para ser tomado com canudinho.

* BIÓLOGO

MAIS INFORMAÇÕES: GLOBAL CONVERGENCE IN THE VULNERABILITY OF FORESTS TO
DROUGHT. NATURE VOL. 491 PAG. 752 2012


Recebido do Movimento Resgate Cambuí por e-mail