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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Rehearsing "O DESPERTAR DA MONTANHA"


 Vera Chvatal

Quando criança morei na Rua Itú no bairro do Cambuí e com cerca de 5-6 anos eu tinha o privilégio de ouvir esse belo tango tocado por uma vizinha pianista chamada Nisia Pimentel. Quase todas as manhãs, cerca de 8-9 horas, ela sentava-se ao piano e iniciava e encerrava seu concerto matinal com essa bela melodia.


Algumas vezes o concerto acontecia ao entardecer e eu parava qualquer brincadeira que estivesse fazendo para ouvir os belos acordes ao piano que me levavam para um mundo de sons e encantamento sem par. Até que um dia ela se casou, mudou e o piano emudeceu para minha tristeza e desencanto.

Tempos depois minha família comprou uma casa no bairro do Bosque, nos mudamos e esqueci-me por completo dessa fase mágica de minha infância. Até que, no sábado passado, na Fazenda Pinhal em São Carlos ouvindo o Quinteto Mundano de Carlinhos Antunes tocá-la, minha memória reavivou-se de belas e antigas lembranças.

Esse belo tango brasileiro do início do século XVIII foi composto por Eduardo Souto e Francisco Pimentel. Peça essencial do repertório pianístico brasileiro, típica dos saraus do início do século, é a obra mais conhecida de Souto. Lançada em 1919, com sucesso imediato, Eduardo Souto chama de tango de salão.

Pesquisando na Internet descobri no YouTube vídeos com a música que ofereço com alegria e satisfação aos meus amigos leitores. Espero que gostem! É só clicar no título acima e ouvi-la tocada ao piano por Fellipe Bellani. Se preferir clique no Midi e ouça-a a partir do site citado abaixo da letra da música, romântica e um tanto nostálgica.

A noite cai em agonia
Surgem os primeiros raios
Na moldura do horizonte
Iniciam seus ensaios
Doura-se um monte

Os ramos que são mais felizes
Porque moram bem no alto
Logo pintam-se matizes
No cimo do planalto
Sai da sombra um novo dia

E a luz da madrugada
Acorda, suavemente, os passarinhos
Sem querer assustar os que estão nos ninhos
Depois, vai saldar os velhos troncos e as folhagens
E gritos, pios, uivos, guinchos, roncos
Em acordes selvagens iniciam a alvorada
(Bis)

A noite cai em agonia
Surgem os primeiros raios
Na moldura do horizonte
Iniciam seus ensaios
Doura-se um monte

Os ramos que são mais felizes
Porque moram bem no alto
Logo pintam-se matizes
No cimo do planalto
Sai da sombra um novo dia

Desses cantos sob o sol da manhã
Em linda festa pagã
Escorre a vida, cheia de impulsos
Tantos, que transborda numa chuva de cores
E entre os vales sonhadores da montanha
Acorda
(Bis)
www.beakauffmann.com/mpb_o/o-despertar-da-montanha.html -

2 comentários:

ney disse...

Bela música, dessas realmente inesquecíveis. Abraço/ney.

Egberto disse...

A letra da música!
Combinava com seu depoimento.
Muito lindo!
Eg