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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

ESPERANÇA... / Mário Quintana



Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança.
E ela pensa que quando todas as sirenas,
Todas as buzinas,
Todos os reco-recos tocarem...
Atira-se
E
- ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
- Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
- O meu nome é ESPERANÇA...


 Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.

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