Quanto mais escura é a noite,
mais brilham as estrelas.
Assim profetiza o poeta:
Faz escuro mas eu canto
porque a manhã vai chegar... (1)
Advento e Natal, tempo de renascimento e de esperança. Esperança porque um salvador nos foi dado e ele chega para nos brindar com a alegria da vida que renasce a cada momento! É o tempo em que comemoramos simbolicamente o nascimento de Jesus.
Noite de natal, noite de luz, anunciando a chegada do menino Jesus! E para aguardar a chegada do Salvador, o presépio estava armado na praça central de Criciúma. O menino Jesus descansava em sua manjedoura cercado por seus pais Maria e José, o Anjo da Anunciação de braços abertos acolhia a sagrada família, e os magos com olhos embevecidos pela ternura singela da cena ofereciam seus mimos ao recém nascido...
E as pessoas que por lá passavam, em seus corações ouviam:
Ave Maria!
Ave carne florescida em Jesus.
Ave silêncio radioso,
Urdidura de paciência
Onde Deus fez seu amor inteligível! (2)
Eis que subitamente algo inusitado aconteceu! Será que o recém nascido estava com frio? Necessitava ser aquecido? Ou aquela manjedoura era tão prenhe de vida e calor, transbordava tanta paz e amor que o cão - aparentemente abandonado, sem dono, algo muito comum de acontecer nessa época de festas e férias - resolveu aninhar-se para a noite passar... E dormiu no colo do menino Jesus!
E a cena do presépio que já era bela com sua mensagem simbólica de que precisamos uns dos outros para viver, ser solidários para dar e receber perdão, amar para sermos amados, tornou-se mais bela ainda! Veio nos relembrar - nestes tempos de destruição do ecossistema, da natureza, de espécies ameaçadas e devastação do planeta - que todas as formas de vida merecem e precisam do nosso amor, respeito e cuidados.
E todos que por lá passavam e paravam para ver, em seus corações pensavam:
Deus... às vezes nossos olhos não são mansos,
pois não vêem os animais, os jardins, as fontes,
as crianças, a lua, o pôr-do-sol,
os gestos de ternura, as mãos solidárias...
Acolhe-nos quando não acolhemos;
oferece-nos teu colo mesmo quando fechamos os nossos...
porque só Tu és Amor e Compaixão! (3)
(1) Carlos Roberto Rodrigues Alves; (2) Adélia Prado; (3) Paulo Roberto Rodrigues; CultoArte Celebrando a Vida. Advento/Natal/Epifania. Rubem Alves (org). Petrópolis: Vozes, CEBEP, 1999.
3 comentários:
FIZESTE UMA BELA POESIA COM O AMOR DO CÃOZINHO NA MANJEDOURA DO MENINO JESUS, PARABÉNS. UM BJO. Sonia
Ahahahahahaha....
Que bonitinho!..
ZV
Muito lindo. Obrigada.
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