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domingo, 5 de dezembro de 2010

MARATONA DE HACKERS PARA COBRAR MAIS TRANSPARÊNCIA DOS GOVERNOS

04/12/2010 - 07h12

FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO

Curioso para saber quais eram os deputados mais votados por zona eleitoral do Distrito Federal em 2006, o cyberativista Ricardo Poppi foi ao site do TSE e descobriu que teria que ver a votação de cada um deles em 17 zonas. Seria um trabalho hercúleo para tentar verificar a informação de que haveria currais eleitorais em algumas partes de Brasília.

Poppi, que é hacker, passou cerca de 12 horas para conseguir baixar as informações do TSE e cruzá-las com o Yahoo Maps. Disso resultou o site Xerifes do DF, em que o se pode conseguir facilmente a informação que tanto custou a Poppi conseguir. 

É um drama comum para jornalistas e pesquisadores. Informações que são públicas e estão disponíveis na web em sites de governos, são de difícil usabilidade: no mais das vezes não se pode cruzá-las e nem indexá-las. Não se pode resignificá-las. 

Por esse motivo, centenas de pessoas se reúnem neste sábado (4), no Brasil e no mundo, na primeira maratona hacker em escala mundial cujo objetivo é cobrar dos governos que deem transparência e usabilidade a dados que são ou deveriam ser públicos. 

Centenas de cidadãos de cerca de 30 países anunciaram no site do Open Data Day que vão participar. O evento é descentralizado e tem o objetivo de trocar informações e desenvolver aplicativos que possam fazer outros sites como o de Poppi. 

"Pedimos aos governos que deem informação de um jeito estruturado. Em vez de mostrar um milhão de gráficos e tabelas, que eles permitam que a sociedade produza essas informações. Ela atribui valores diferentes", afirma Daniela Silva, uma das organizadoras da maratona. 

"Todo mundo deve ter acesso à informação. É um direito fundamental e o Estado tem obrigação de fornecer essa informação de modo a que qualquer cidadão possa usar", diz Pedro Belasco, membro da comunidade Transparência Hacker. 

Os cyberativistas brasileiros avaliam positivamente a transparência orçamentária do governo federal na web, mas afirmam que ela não deve se restringir à questão financeira, e sim se estender a qualquer dado sobre gestão. 

E vão além: "Por que é possível declarar o Imposto de Renda pela internet, mas não é possível marcar uma consulta médica no SUS pela rede?", questiona Daniela. 

Um comentário:

Maro disse...

A transparência é um dos objetivos mais prementes.

Muito bom.

Gracias