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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

AS BORBOLETAS NAS CIDADES...

Vera Chvatal


Na minha infância era comum ver muitas borboletas sobrevoando as flores do jardim de casa. Pequeninas ou grandes, borboletas de asas brancas, negras, amarelas, azuis, manchadas, multi-coloridas, com arabescos ou com pequenos pontos lembrando olhos... eram muitas as espécies que enfeitavam com seu vôo dançante minhas tardes de brincadeiras após o término dos deveres de casa. 

A última vez que vi uma quantidade extraordinária de borboletas volteando juntas foi há alguns anos atrás, durante uma viagem a São Tomé das Letras em Minas Gerais, num paradisíaco e mágico lugar apropriadamente denominado de Vale das Borboletas. Um espetáculo maravilhoso, inesquecível, ver miríades de borboletas volteando na mata, acompanhando o sinuoso caminho das águas cristalinas a desaguar em cachoeiras de espumas brancas...

Lembrei-me dessa experiência ao ler uma pesquisa realizada pela Fundação Santo André que revela que as borboletas podem diagnosticar nos centros urbanos se a área é preservada ou não. E acentua a necessidade de mantermos a riqueza, a diversidade de borboletas nas cidades. 

"Nos locais urbanizados e com vegetação introduzida em praças ou locais com plantas ornamentais, as espécies diminuíram, o que significa que a recuperação do meio ambiente nas áreas urbanas deve obedecer à vegetação que havia originalmente no local." 

"A pequena riqueza de espécies contabilizadas atualmente demonstra o alto grau de impacto ambiental na área e para manter a riqueza de espécies de borboletas em áreas urbanas faz-se necessário a manutenção ou introdução de espécies de plantas espontâneas, além das espécies ornamentais."

Um cuidado que é preciso atentar, pois cada vez mais vamos modificando e até mesmo degradando o meio ambiente, causando a extinção de espécies que têm importância vital em nossa qualidade de vida. 

As borboletas, símbolo do renascimento, da transformação, da liberdade, se continuarmos a inibir sua procriação vai ser mais uma espécie a ser admirada em museus ou borboletários criados especialmente para abrigá-las. Não mais as teremos no dia-a-dia a voltear livremente ao nosso redor, convidando nossa imaginação a acompanhá-las em seus passeios pelos jardins, de flor em flor, a beija-las em busca do néctar. 

Pois as borboletas, assim como os vagalumes, os colibrís e tantas outras criaturas que fizeram o meu encanto na infância, acabarão tornando-se desconhecidas das novas gerações que vêm por aí. É uma pena, uma perda, um descaso com a pródiga e rica Mãe Natureza! As flores vão sentir saudades e nós também!



Pesquisa enviada pelo Movimento Resgate Cambuí por e-mail

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