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domingo, 9 de novembro de 2008

FAÇA DO MEDO O SEU ALIADO



* Leila Navarro





Qual de nós não se sente insegura(o) diante de um grande desafio, uma mudança ou situação completamente nova?
É a coisa mais normal do mundo! O coração acelera, as pernas tremem, dá aquele aperto na boca do estômago...
Falando em português bem claro, isso é medo, a sensação que a gente tenta de todo jeito evitar, esconder e negar.

Ter medo, porém, não é tão ruim assim, se considerarmos que ele nos obriga a tomar uma atitude diante de algo que nos ameaça. Se pensarmos no medo como um mecanismo de proteção, poderemos dirigir a energia que ele gera para o nosso desenvolvimento.

É o medo que nos faz cautelosas(os) para agir e evitar cometer bobagem.
Tudo o que fazemos com uma pontinha de receio, fazemos com mais cuidado.
Quando temos que decidir sobre um assunto que não conhecemos bem, por exemplo, o medo de errar nos faz buscar informação, pedir a opinião de alguém – enfim, nos inspira a ser prudentes.

O medo também mobiliza. Temos uma tendência natural à acomodação e, se não sentíssemos nossa estabilidade ameaçada de vez em quando, talvez jamais saíssemos do lugar.
Muita gente, aliás, parece ser mais motivada pelo temor de perder seu status do que pelo prazer de conquistar uma situação melhor. Basta bater um ventinho de crise no mercado e todo mundo trata de mostrar serviço por receio de ficar sem trabalho!

Você pode transformar o seu medo em desejo, em gana, em força para superar obstáculos, como fazem os adeptos de esportes arriscados. O primeiro passo para quem deseja transformar seu medo em algo produtivo é reconhecê-lo.
Você tem medo do quê? Provavelmente, você tem alguns destes aqui, que são comuns à maioria das pessoas:

O medo de fracassar, que nos faz evitar experiências em que identificamos riscos, a possibilidade de que algo dê errado ou saia do nosso controle. A voz desse medo nos diz: "E se eu arriscar e me der mal?"
Mas quem ousa enfrentá-lo, consciente de suas capacidades e com passos bem calculados, pode descobrir que não era tão limitado quanto imaginava.

O medo de mudar, já que nem sempre as mudanças se impõem a nós como opção, mas como algo que somos obrigados a acompanhar. Nossas empresas são compradas, fundidas, reestruturadas... e lá se vai a doce estabilidade.
A voz desse medo nos diz: "E se eu não me acostumar?" Mas não tem jeito: a mudança é parte do jogo e temos de desenvolver nossa capacidade de adaptação.

O medo do que os outros vão pensar. Manter uma boa imagem no mercado é importante, mas a questão aqui é o tipo de imagem que se quer preservar: a de um(a) profissional arrojado(a), que encara desafios, ou a do(a) conservador(a), que não muda, não arrisca, não empreende...

Atitudes como negar o medo ou se encolher diante dele não nos levam a lugar nenhum.
Mas se formos capazes de assumi-lo e encará-lo, poderemos usar a energia que ele gera como motivação para buscar aperfeiçoamento, força para superar obstáculos, garra para conquistar objetivos.
De fato, é mais negócio ter o medo como aliado do que como inimigo.


* Leila Navarro é palestrante motivacional no Brasil e no exterior. É autora de cinco livros, todos pela Editora Gente. Venceu o "8º Prêmio Top Of Mind Fornecedores de RH" na categoria "Palestrante do Ano", em 2005.

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