Rogério é um morador de rua que vive numa carroça coberta com 10
cães, entre eles, espancados pelos antigos donos, jogados pela janela do
caminhão, doentes abandonados e amarrados em poste. O Rogério é
conhecido antigo da maioria das pessoas envolvidas com proteção animal,
que conhecem seu caráter e amor pelos animais. Os cães são muito bem
tratados, mas dependem do amor e tratamento que o Rogério tem pelos
cães.
Ele fica próximo ao pontos de ônibus na avenida George Corbisier,
após a rua Jequitibás (região do Jabaquara), os cães não atrapalham
ninguém, são super educados (todos castrado(a)s) e passam boa parte do
dia dentro da carroça. Ele é muito querido pelos comerciantes da região.
O problema é durante a madrugada: bêbados no volante e garotos usuários
de droga, têm sido uma constante ameaça. Ele já foi espancado por
jovens drogados e chegaram a jogar álcool enquanto ele dormia com os
cães dentro da carroça. Por sorte não tiveram tempo de acender o
fósforo, um dos cães deu o alarme.
Porém, ele já está cansado e não é mais tão jovem assim. São muitas as agressões que ele e os cachorros vêm sofrendo, que vão desde assalto, espancamento, esfaqueamento, atropelamento... enfim, é muito sofrimento pra alguém que luta tanto.
Todos o conhecem, tanto que na última vez que uma turma veio bater nele porque queriam roubar suas coisas, o dono do bar em frente saiu e começou a dar tiros, afugentando-os. Nessa ocasião, uma cachorrinha foi esfaqueada e morreu. O Rogério passou dois dias no hospital veterinário acompanhando-a.
Diante de tudo isso, a ABEAC (ASSOCIAÇÃO BEM-ESTAR ANIMAL - AMIGOS DA CÉLIA) decidiu abrir espaço em seu canil para esse ser humano que, além de necessitar de um local seguro para ele e seus animais, precisa também resgatar sua dignidade. Dois caseiros cuidam e moram no canil, mas um deles está de mudança nos próximos 20 dias e vai desocupar a casa.
Assim que ele sair o Rogério e seus cães serão transferidos para o canil da ABEAC. O Rogério vai trabalhar , ajudando na limpeza, no cuidado dos cães, na horta, manutenção do sítio, enfim, serviço não falta e é tudo que ele quer: um local onde se sinta protegido e possa fazer o que mais gosta: cuidar de animais.
Quem puder e quiser ajudar o Rogério com móveis e utensílios domésticos (usados ou novos) deve entrar em contato com: priscilatiyomi@uol.com.br , ela tem um local onde pode guardar as doações até o dia da mudança.
Foram necessárias apenas duas horas e meia para que um designer
norte-americano que mora em Nova Jersey e se auto-rotula como “um texano
teimoso” e “futboler” criasse uma nova versão do logo da Copa de 2014.
Felix Sockwell publicou em seu blog que pretende vir ao Brasil para a
Copa do Mundo com seu vizinho Marco, mas que o nosso logo oficial é um
pesadelo.
RECRIADOR E RECRIAÇÃO
Torcedor do Brasil, ele planeja vir ao país em 2014
Em apenas duas horas e meia o diretor de arte fez a sua versão!
Clique no título acima, leia a reportagem e opine!
O Dr. Juan Hitzig que estudou alguns longevos saudáveis concluiu que além das características biológicas, o denominador comum entre todos está em suas condutas e atitudes. Ele afirma que:
"Cada pensamento gera uma emoção e cada emoção um circuíto emocional que terá impacto nos trilhões de células que formam um organismo."
As condutas S = serenidade, silêncio, sabedoria, sabor, sexo, sono e o sorriso promovem secreção de serotonina.
Enquanto que as condutas R = ressentimento, raiva, rancor, repressão e resistência facilitam a excreção de cortisol, um hormônio corrosivo para as células, que acelera o envelhecimento.
As condutas S geram atitudes A = ânimo, amor, apreço, amizade, aproximação.
As condutas R geram = depressão, desânimo, desespero, desolação.
Aprendendo esse alfabeto emocional poderemos viver mais tempo e melhor, porque o "sangue ruim" (muito cortisol e pouca serotonina) deteriora a saúde, potencializa as doenças e acelera o envelhecimento. O bom humor é a chave para a longevidade saudável.
O processo de solicitação de passaporte começa com o acesso ao site do Departamento de Polícia Federal www.dpf.gov.br. No site, clique no link "Requerer Passaporte". O passaporte comum padrão ICAO, cor azul, foi implantado em todo território nacional, no entanto quem tiver o passaporte modelo antigo padrão não-ICAO, cor verde, pode mantê-lo até seu vencimento. Saiba como tirar o novo passaporte clicando no título acima.
Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender. E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta. (Nelson Mandela)
Receita
indicada pela cozinheira Cristina Hafeli,
do restaurante Florina.
600 gr de lagarto
Caldo
1 unidade(s) de cebola 1 talo(s) de salsão 1 maço(s) de
cheiro-verde 2 unidade(s) de cenoura 200 gr de alho-poró quanto
baste de sal quanto baste de cravo-da-índia quanto baste de
pimenta-do-reino preta em grãos 3 litro(s) de água
Deixe o lagarto congelar um
pouco e fatie dois pontos acima da espessura do
carpaccio.
Distribua a carne em um prato grande.
Caldo
Coloque todos os
ingredientes em uma panela e deixe cozinhar.
Quando os legumes estiverem prontos e o caldo reduzido, coe e passe
para
a panela onde será servido. Serve 4 porções.
Neste inverno uma saborosa sopa quentinha cai bem.
Segue uma receita especial que, tenho certeza, vai agradar a todos.
Ingredientes:
1 colher(es) (sopa) de margarina light
6 unidade(s) de cenoura picada(s)
1 unidade(s) de cebola picada(s)
1 talo(s) de salsão picado(s)
quanto baste de sal
quanto baste de pimenta-do-reino preta
500 ml de água
500 ml de suco de laranja
Modo de preparo:
Refogue na margarina derretida, as cenouras, a cebola e o salsão. Tempere com o sal e a pimenta. Coloque a água e deixe os legumes cozinharem por cerca de 15 minutos. Retire do fogo e deixe esfriar.
Depois, bata tudo no liquidificador até formar um creme liso. Volte à panela e junte o suco de laranja. Esquente e sirva a seguir. Serve 4 porções.
Diz o poeta-educador Rubem Alves que a “saudades é a
presença de uma ausência.” E essa presença, que marca a ausência, se apresenta
em nosso coração na forma de dor - a dor da saudades que pesa na alma... E dói fundo! É o que todos/as nós que moramos aqui no Jardim Chapadão estamos sentindo com a perda de nossa amiga, muito querida, Terezinha
Pacheco. Ou simplesmente, Terê!
Como disse alguém, a Terê fazia parte de nossa paisagem. Todos
os dias a encontrávamos passeando pelas ruas do bairro ou na praça defronte a
Vila Militar com a Nina, uma poodle que ela recolheu das ruas e que amava com
paixão. Seu bom humor e disposição em ajudar a quem dela precisasse, levavam-na
para a cozinha onde preparava deliciosos pratos que dividia prazerosamente com
as amigas. Terê gostava de comemorar e partilhar os bons momentos.
E tinha
uma memória incrível para cantar letras de musica ou declamar poesias. Sua habilidade ímpar para bordar fazia
de seus bordados verdadeiras pinturas pela perfeição e delicadeza dos pontos, que se transformavam em coloridas e esvoaçantes borboletas, flores das mais belas e variadas... beleza que deslumbrava olhos e corações.
Terê era o que se costuma chamar de “bom papo”. Gostava de
conversar e para cada um que encontrava pela manhã ou à tardinha, desejava um
bom dia ou uma boa tarde, com um sorriso, uma palavra amiga, uma palavra de
conforto, uma palavra alegre.
Amava a natureza! Outono e inverno eram suas
estações preferidas. Encantavam-na o céu azul “de brigadeiro” - como ela dizia - o
ar transparente, translúcido, as folhas e flores espalhadas pelo chão.
Lembravam-na das muitas viagens pela Europa com seu companheiro Nelson e amigos
queridos.
Seu grande coração estava sempre aberto e pronto para cuidar de cães e gatos perdidos ou abandonados. Nenhum deles passou
por ela sem receber um agradinho, um cuidado, um biscoitinho, um prato de
ração, um pouco de leite... Recolheu muitos e deu-lhes um lar, abrigo e muito,
muito amor. E ai daqueles que ousassem maltratá-los! Defendia-os como filhos seus.
Eu poderia continuar a enumerar as muitas qualidades que
faziam da Terê uma vizinha-amiga-irmã... Mas deixo para cada um/uma que a conheceu, relembrar e guardar em
seu coração - pois o que o coração ama a memória guarda - a amiga que se foi
em uma manhã de inverno de céu azul de brigadeiro, deixando a presença de sua
ausência... Terê! Vera Chvatal
A hipótese da polícia mineira é que o cadáver de Elisa Samudio saciou cães rottweiler, modo macabro de deletar um corpo; e a abominável ação é de um bando cruel (mandante, intermediários e matador). E de estreito repertório intelectual, se não incinerou os ossos. Há exuberantes indícios de que tais brutamontes são sociopatas (psicopatas). Todavia, é antiético que psicólogos, psiquiatras e psicanalistas se encarapitem na mídia, como papagaios de piratas, chutando que fulano, sicrano ou beltrano é isso ou aquilo outro.
Nem todo homicida é sociopata. Nem todo sociopata mata, mas pode virar assassino se a lei não comparece para punir outros delitos, pois portam personalidades a quem só a lei dá limites: são devotos da transgressão e do banditismo e precisam da liberdade para o culto à marginalidade. O sociopata não é doente mental nem desprovido de razão — característica dos ditos “malucos”, “loucos de pedra”, “doidos varridos” ou que “rasgam dinheiro” –; logo, responde por seus crimes.
Se Eliza Samudio está morta, o Estado brasileiro deve ser responsabilizado, pois se omitiu quando instado por ela a proteger a sua vida! O inquérito em que acusa o alegado pai do seu filho de torturá-la de arma em punho só foi concluído quando “Inês já era morta”, em 6.7.2010, nove meses após a queixa! A lei, quando chamada, não compareceu para dar limites ao agressor. Ao contrário, acariciou sua onipotência.
Como uma juíza crê que, para não banalizar a Lei Maria da Penha, não deve aplicá-la quando o agressor não coabita com a violentada? O argumento dá um cordel de sentença de morte: “a ex-amante não poderia se beneficiar através de medidas protetivas, nem ‘tentar punir o agressor’, sob pena de banalizar a Lei Maria da Penha, cuja finalidade é proteger a família, seja proveniente de uma união estável ou de um casamento e não na relação puramente de caráter eventual e sexual”.
Quando uma mulher alega estar grávida de um homem, sem teste de paternidade, é moralmente insustentável dizer que não há vínculo entre eles, pois a ciência já descobriu, e faz tempo, que filho não é só da mãe! A palavra da mulher, até a “comprovação científica” da paternidade, tem de valer para fins de proteção de sua vida! No mesmo Rio de Janeiro, foram concedidas medidas protetivas da Lei Maria da Penha a uma atriz contra seu namorado, um ator, que até dormiu no xilindró por desrespeitar a sentença judicial! Por que uma mereceu crédito e a outra não? Meritíssima, data venia, o que banaliza uma lei é a não-aplicação dela, gerando o fenômeno da “lei que não pegou”. Está explícito que, embora a Lei Maria da Penha seja o que de melhor nós, as mulheres em luta, conquistamos, contém “furos”, por onde trafega o abuso de poder interpretativo.
Urge que a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) encontre meios de blindar a Lei Maria da Penha, ao máximo, contra interpretações ao bel-prazer do juízo de valor conservador e machista de magistrados(as) e incluir elementos novos, científicos e consensuais, pertinentes às personalidades criminosas ou bandidas, já que “os transtornos de personalidade são intratáveis, incuráveis e irreversíveis”, mas há prevenção: “Investir em educação, em atendimento à primeira infância, na aplicação das leis e em contenção” (dr. João Augusto Figueiró, revista “Época”, 4.7.2005). A Lei Maria da Penha e a magistratura não podem se omitir diante de agressores. É estímulo homicida não punir delitos de quem exibe padrão sociopata!
Publicado em: 13.07.2010
Juíza diz porque não aplicou Maria da Penha a Bruno
Em nota divulgada pela Associação dos Magistrados do
Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), a juíza titular do 3º Juizado de
Violência Doméstica do Rio de Janeiro, Ana Paula Delduque Migueis
Laviola de Freitas, refutou as notícias publicadas pelos jornais Extra
e O Globo, que a responsabiliza por supostamente ter negado
“medida protetiva” no caso de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro
Bruno. Ele é investigado pelo desaparecimento da ex.
A juíza
revela que, no mesmo dia em que recebeu o pedido, 19 de outubro, o
encaminhou à Vara Criminal por entender que o assunto era mais grave. E,
segundo ela, “a Lei Maria da Penha não se aplicava ao caso, visto que
eles não mantinham relação afetiva estável”.
Ana Paula disse que
vai “adotar as medidas judiciais cabíveis, nas esferas civil e
criminal”. A presidência do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro já
declarou total apoio à juíza.
As notícias
No último dia 9, os jornais Extra e O Globo publicaram
que a juíza negou o pedido da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam)
para manter Bruno afastado de Eliza. A notícia afirmava que a juíza
negou a solicitação a Eliza “por não manter qualquer tipo de relação
afetiva, familiar ou doméstica com o jogador". E que, por isso, não
podia se beneficiar das medidas protetivas, nem tentar punir o agressor,
no caso Bruno, sob pena de banalizar a finalidade da Lei Maria da
Penha.
A notícia afirma que o fato de Eliza estar grávida não foi
analisado na decisão, assinada pela em 19 de outubro do ano passado.
A secretária de Estado para a Igualdade de Portugal, Elza Pais, anunciou esta segunda-feira que, em média, o número de queixas de violência doméstica cresce cerca de 11,3 % por ano desde 2000. O Observatório de Mulheres Assassinadas registou, em 2009, 29 mortes e 28 tentativas de homicídio.
A cada dia que passa, pelo menos 18 mulheres são vítimas de violência doméstica, segundo a APAV. “Desde 2000 que o número de queixas aumenta, em média, 11,3 %”, afirmou Elza Pais, no Porto, no âmbito de uma cerimónia de apresentação dos dados relativos a 2009 do Observatório das Mulheres Assassinadas e do primeiro aniversário do Centro de Atendimento e Acolhimento a Mulheres Vítimas de Violência.
Segundo Elza Pais, este aumento do número de queixas revela que “as vítimas estão a perder a vergonha”. “Hoje, sem sombra de dúvida, as vítimas estão ganhando a capacidade de denúncia e a fazer cair o silêncio que durante muitos e muitos anos as impediu de denunciar os agressores”, frisou. A secretária de Estado informou que existem atualmente “544 projetos” de combate a este fenômeno, de norte a sul do país. No entanto, Elza Pais adiantou que um novo plano contra a violência doméstica “está em curso”, devendo arrancar no início de 2011 por três anos. Segundo referiu, este “quarto plano” integra “de forma articulada projetos de prevenção, de proteção e condenação do agressor”.
A secretária de Estado alertou ainda a necessidade de se “mostrar um cartão vermelho” à violência doméstica, e que este ato “deve ser feito por todos, sem exceção”. “Enquanto houver um só homicídio é mau”, afirmou Elza Pais. A crise econômica e financeira mundial está provocando um aumento da violência doméstica contra as mulheres, alertou também o coordenador da campanha contra a Violência Doméstica, Mendes Bota, desenvolvida pela Assembleia da República.
A violência doméstica é sobretudo violência de gênero!
O Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) foi criado pela organização feminista Umar – União de Mulheres Alternativa e Resposta, e revela, no relatório respeitante a 2009, que “a maioria dos agressores deste tipo de violência de género fatal continua a ser o grupo de homens com quem a vítima ainda mantém uma relação”. Nos casos de homicídios, 62 % dos criminosos eram companheiros, maridos, namorados ou o homem com quem a vítima mantinha relação, sendo que 38 % dos casos de homicídio foram perpetrados por homens de quem as vítimas já se tinham separado. Maria José Magalhães, da Umar, afirmou, no Porto, congratular-se com o fato do número de mulheres mortas no ano passado ter diminuído face a 2008, ano em que se registaram 46 mortes, contudo, salientou que “é preciso uma atitude mais eficaz”.
Desde de 2004, ano em que foi criado o OMA, referiu Maria José Magalhães, registaram-se já 208 homicídios e 243 tentativas de homicídio. A Umar revelou ainda que o “P’ra Ti” – Centro de Atendimento e Acompanhamento a Mulheres Vítimas de Violência acompanhou no primeiro trimestre deste ano 64 mulheres, com 81 filho/as dependentes, num total de 145 pessoas. Destas 64 mulheres acompanhadas, 18 chegaram ao “P’ra Ti” em situação de crise/risco, o que obrigou “a medidas urgentes e imediatas, de forma a garantir a sua protecção, bem como dos filho/as”. “Em média recebemos 10 novos casos por mês”, afirmou Ilda Afonso, do “P’ra Ti”. Para Ilda Afonso, há ainda um longo percurso pela frente no combate à violência doméstica, e por isso sublinhou a morosidade das respostas aos pedidos de apoio social, o indeferimento de pedidos de apoio social, a falta de acolhimentos temporários e a morosidade das decisões judiciais como exemplos de “constrangimentos e verdadeiras dificuldades” na intervenção.
Os números...
18 mulheres são vítimas de violência doméstica, por dia, segundo a APAV. 29 mulheres morreram vítimas de violência doméstica em 2009, segundo o OMA. 30 543 ocorrências de violência doméstica encontram-se registadas pelas polícias em 2009. 15 904 crimes de violência doméstica foram identificados no último relatório da APAV. 7,5 por cento das situações foram desencadeadas por causa da refeição, do som da televisão ou de objectos fora do lugar. 85% das vítimas de violência doméstica são mulheres, segundo o relatório de 2009 da Direcção Geral da Administração Interna.
A mutilação genital feminina, uma prática abominável - disfarçada em"tradição cultural"- continua acontecendo em várias nações, apesar das campanhas do sistema de saúde e das críticas internacionais. O
procedimento é originário das culturas da África e do Oriente Médio e
chegou ao Ocidente através da imigração. Para muitos que nascem sob este
costume, a prática controla a sexualidade da mulher e a torna apta ao
casamento.Visite o UOL Notícias
Ou seja, enquanto as mulheres continuarem a ser tratadas como "objetos", propriedades de um dono, seja o pai ou a família, seus direitos continuarão a ser desrespeitados...
Violência contra as mulheres é diária, diz ministra
A violência contra a mulher acontece cotidianamente e nem sempre ganha destaque na imprensa, afirmou a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, após participar da abertura do Fórum de Organizações Feministas para a Articulação do Movimento de Mulheres Latino-Americanas e Caribenhas, neste domingo (11), em Brasília. “Quando surgem casos, principalmente com pessoas famosas, que chegam aos jornais, é que a sociedade efetivamente se dá conta de que aquilo acontece cotidianamente e não sai nos jornais. As mulheres são violentadas, são subjugadas cotidianamente pela desigualdade”, afirmou a ministra.
Segundo Nilcéa Freire, esse é um dos temas a serem tratados no fórum que termina nesta segunda-feira (12) e também da Conferência Regional da Mulher da América Latina e do Caribe, que será aberta na próxima terça-feira (13), em Brasília.
A ministra lembrou dos casos da modelo Eliza Samudio e da advogada Mércia Nakashima. O principal suspeito do desaparecimento e da provável morte de Eliza é o goleiro Bruno Fernandes, do Flamengo, com quem ela teria tido um filho. No caso de Mércia, o principal suspeito é o ex-namorado Mizael Bispo de Souza. O corpo da advogada foi encontrado em uma represa no interior de São Paulo.
“Eliza morreu porque contrariou um homem que achou que lhe deveria impor um castigo. Ela morreu como morrem tantas outras quando rompem relacionamentos violentos”, disse a ministra. Nilcéa Freire também criticou o fato de a Justiça não ter oferecido proteção à Eliza, com base na Lei Maria da Penha. “Não é bastante termos mais delegacias e juizados se as pessoas que lá trabalham não estiverem capacitadas”, destacou. Ela acrescentou que “muitos crimes têm acontecido porque os agentes públicos que atendem as mulheres subestimam aquilo que elas falam, acham que é apenas mais uma briga, desqualificam a vítima”.
A representante da comissão organizadora do Fórum de Organizações Feministas da América Latina e do Caribe, Guacira César de Oliveira, afirma que as mulheres participantes do encontro buscam pressionar os municípios, estados e o governo federal a estabelecerem metas de combate e de redução desse tipo de violência. “A gente quer metas que se traduzam em investimentos, recursos públicos, equipamentos, estrutura. Existem muitos compromissos vazios no sentido de que são discursos, mas não se consolidam em obrigação efetiva que mude a vida das mulheres”, enfatizou.
No verão, alergias e a promessa do ar condicionado tendem a levar as pessoas a lugares fechados. Mas para aqueles que conseguem suportar o calor e o pólen, passar mais tempo junto à natureza pode ter alguns efeitos surpreendentes à saúde.
Numa série de estudos, cientistas descobriram que, quando as pessoas trocam suas “prisões” de concreto por algumas horas em ambientes naturais – florestas, parques e outros locais com muitas árvores –, elas apresentam um aumento na função imunológica.
A redução do stress é um fator. Mas os cientistas também associam isso a phytoncides, químicos transportados pelo ar emitidos pelas plantas para protegê-las de apodrecer e dos insetos, e que aparentemente também beneficiam os humanos.
Um estudo publicado em janeiro incluiu dados sobre 280 pessoas saudáveis no Japão, onde a visita a parques naturais para efeitos terapêuticos se tornou uma prática popular chamada de “Shinrin-yoku”, ou “banho de floresta”.
No primeiro dia, algumas pessoas foram instruídas a caminhar por uma floresta ou área arborizada por algumas horas, enquanto outras caminharam pela cidade. No segundo dia, inverteram as atividades. Os cientistas descobriram que estar entre plantas produziu “menores concentrações de cortisol, menor frequência cardíaca e pressão arterial”, entre outros aspectos.
Vários outros estudos mostraram que visitar parques e florestas parece aumentar os níveis de leucócitos. Num estudo de 2007, homens que fizeram caminhadas de duas horas numa floresta por dois dias tiveram um aumento de 50% nos níveis de linfócitos. Outro estudo descobriu um aumento nos leucócitos, que durou uma semana, em mulheres expostas a phytoncides do ar da floresta. Segundo estudos, a exposição ao verde parece beneficiar a saúde.
A vida é cheia de ilusões. Mais ainda: muitos relacionamentos são o próprio mundo das ilusões. As pessoas se iludem muito e depois se decepcionam com as fantasias que elas mesmas criaram. Talvez a maior ilusão seja construída em torno daquela conhecida frase das histórias de cinema: “E foram felizes para sempre.”
A verdade é que encontrar uma pessoa, se apaixonar, namorar e casar é apenas o ponto de partida para uma nova caminhada na nossa vida. Mas tem um segredo: Pessoas felizes constroem um casamento feliz. Pessoas infelizes constroem casamentos infelizes. Então, você tem que dar um jeito de ser feliz sozinho, antes de querer ser feliz junto de alguém.
A primeira ilusão que as pessoas têm é de que o casamento vai resolver seus problemas. Mas casamento não resolve problema de ninguém. Pelo contrário, se você tiver essa ilusão, o casamento vai aumentar os seus problemas. A segunda ilusão é querer encontrar a pessoa perfeita para ter como companheiro. Não busque a perfeição. Essa é uma meta inatingível. Nem você é perfeito, nem vai encontrar a pessoa perfeita.
O casamento dá certo para pessoas que não são dependentes uma da outra. Os dois têm de aprender a crescer juntos. Mas, o mais importante de tudo é saber que o outro sempre é o seu espelho. Quando você critica o outro, na verdade não está falando dele, está falando de si mesmo. Sempre que você reclama algo de alguém, é preciso perceber como esse problema começa antes em você.
É importante entender, se quer ter um relacionamento que dê certo na sua vida, que tudo o que acontece com você, é você mesmo quem provoca. Portanto só você mesmo pode mudar. Só você pode escolher o que quer para a sua vida, para os seus relacionamentos. A escolha é sempre sua. Portanto, olhe para dentro de você e realize a sua vocação: deixe aparecer o ser amoroso que você é.
600 ml de cachaça 600 ml de água 500 gr de açúcar 2 unidade(s)
de casca de laranja 1 unidade(s) de casca de limão 50 gr de
gengibre em pedaços pequenos quanto baste de cravo-da-índia quanto
baste de canela em pau 1 unidade(s) de maçã em pedaços pequenos
Em uma panela grande,
coloque o açúcar, as cascas de laranja e limão, o gengibre, o cravo e a
canela. Quando o açúcar estiver quase todo derretido, coloque a cachaça e
a água. Deixe cozinhar tudo por uns 20 minutos em fogo brando. Use um
filtro de papel para coar e em seguida acrescente a maçã em pedacinhos.
Mantenha quente ao servir.
Porque é tão difícil redistribuir melhor a renda? Porque uns tem tudo, enquanto outros ficam sem nada, ou quando muito, ficam com as sobras? Civilizações incivilizadas!
Um passeio imperdível nestas férias de julho: conhecer o maior aquário do país.
Localizado na Rua Huet Bacelar, 407, Ipiranga, zona sul, São Paulo, SP., a intenção do Aquário de São Paulo é fazer crianças e adultos se sentirem, pelo menos por alguns instantes, no fundo do mar.
E cerca de 30 mil pessoas passam por lá todos os meses, para ver seus "bichinhos" preferidos, como o raro tubarão-branco, o estranho peixe-palhaço e os filhotes de jacarés albinos, considerados únicos em exposição no mundo.
O lugar, que completa quatro anos na quarta-feira (7), é o maior aquário do país e utiliza cerca de 2 milhões de litros de água. Lá, vivem 250 espécies de peixes.
Mas há espaço para mamíferos também, como o Thunder, um lobo-marinho, e o Tapajós, o gorducho peixe-boi.
Vá visitá-lo, é uma ótima pedida para as férias da criançada!
Neste
mundo secular em que vivemos, via de regra nos deparamos com liturgias vazias e
rituais mecânicos que não nos dizem nada. Nada transmitem, carecem de
significações, de veracidade. Pois, o que dá sentido e valor à liturgia e seus
ritos é o poder a eles conferidos pela imaginação.
A
liturgia não é, como muita gente pensa, somente uma variação no rito. O termo liturgia provém do grego clássico leitourghia e deriva da composição de laós que significa povo, e de ergon
que quer dizer obra. Traduzido literalmente, liturgia significava serviço prestado ao povo ou serviço prestado para o bem comum.
Na
Grécia antiga o termo referia-se à apresentação do coro no teatro, ao armamento
de um navio, ao acolhimento de visitantes por ocasião das festas nacionais,
etc. Enquanto que no Egito significava qualquer prestação pública de serviço.No Antigo Testamento, o termo liturgia
é utilizado para designar o serviço cultual do templo, realizado pelos
sacerdotes e levitas, que foi como o termo se popularizou. Por esse motivo, via
de regra, entende-se por liturgia o culto público e oficial instituído por uma
igreja, algo relacionado ao ritual.
Quanto
ao rito, este tem um sentido
religioso quando designa o conjunto de cerimônias em uso nas comunidades
religiosas, e um sentido antropológico quando se refere ao processo, de cunho
simbólico, para o desenvolvimento dos costumes. Porém, num sentido bem mais
amplo, pode-se designar como liturgia qualquer cerimônia, seja de cunho
religioso ou não.
Entretanto, quero aqui estender
minha reflexão sobre liturgia, comentando uma passagem bíblica envolvendo uma
mulher e o homem Jesus de Nazaré. Como o mundo é (era?) dos homens,
compreende-se porque o relato de Lucas 7,36-50, permanece esquecido na mente da
maioria dos cristãos. Nesse texto a “pecadora” (mulher!) entra sem ser
convidada na casa de Simão, o fariseu, onde, sentado à mesa, entre outros
convivas, Jesus comia.
Plastifica-se
então uma feminina liturgia, belíssima, apaixonada, terna e reveladora do
desejo e do prazer da corporeidade, da sensibilidade, do toque. A mulher unge o
homem de Nazaré com perfume, banha-lhe os pés com lágrimas e seca-os, em
seguida, com seus longos e sedosos cabelos, cobrindo-os de beijos.
Carregado
de nuanças sensíveis, sinestésicas, o relato é um convite ao sonho, à
imaginação. A cena, envolvente, apela aos sentidos. A mulher se expondo em seus
mais íntimos sentimentos, entremeados nos olhares, silêncios, toques. Toques de
lágrimas, cabelos, lábios e mãos nos pés de Jesus. O sabor das lágrimas
ardentes na pele dela, na pele dele. Amor, ternura, dor, paixão, sofrimento,
prazer… Humanas emoções. Não há necessidade de palavras. A mulher úmida e seu
odor… Secreções! Cheiro de ungüento do vaso de alabastro… Perfume! E o homem de
Nazaré, pele exalando suor, envolto em manto de algodão e poeira, entrega-se
aos toques e retoques das carícias restauradoras num silêncio eloqüente e
fecundo. Encantamento!
No
entanto, essa liturgia simbólico-profética não veio a se tornar parte do
conhecimento evangélico dos cristãos, mesmo tendo Jesus afirmado que o ato
dessa mulher seria contado em sua memória (Marcos 14,9).
É preciso
salientar o fato de ter sido uma mulher a primeira a ungir Jesus com um
ungüento perfumado, muito raro e caro, celebrando uma liturgia
simbólico-profética. Simbólica, pois ungir
refere-se ao ato simbólico de derramar azeite sobre objetos ou pessoas em sinal
de consagração. Isto é, ungia-se a pessoa a fim de separá-la para uma tarefa
específica. Dessa forma os reis eram ungidos como libertadores para governar o
povo; os sacerdotes eram consagrados para servir a Deus através do sacerdócio;
e os profetas para pregar, ou falar, em nome de Deus. E profética, pois foi uma
antecipação à morte de Jesus, o Messias – termo este que significa o
“Ungido”. Atualmente, a unção foi
substituída pela imposição das mãos, permanecendo apenas a unção dos enfermos
com fins medicamentosos.
O belo, o
sagrado, o amor, a religião… São temas que encantam e elevam espiritualmente o
indivíduo. Essa magnífica cena narrada no evangelho de Lucas nos leva a pensar
que a experiência religiosa exige sensibilidade, inteligência e racionalidade.
Renato Mezan afirma que a inteligência é necessária, tanto para criar um
trabalho de arte, como para apreciá-lo. Da mesma forma que só a faculdade
lógica não basta para explicar qualquer tipo de arte, seja um trecho de música,
um poema ou uma liturgia, também apenas a emoção não basta para fazer surgir
arte; é preciso que ela seja transformada e expressa num meio plástico,
gestual, sonoro ou verbal, para que possa contribuir à gênese de uma obra.
Na língua
portuguesa a palavra liturgia é feminina. E a liturgia tem a ver com o
feminino, na medida em que é encontro, emoção, expressão dos apelos do coração.
Liturgia é como um encontro de
sensibilidades, onde beijos de afeto e demonstrações de ternura aquecem o
coração e arrepiam a pele. Prima pela sutileza das ações, pela delicadeza dos
gestos, pela intimidade afetiva. Silêncio, sons, gestos… a liturgia é feita de
acolhimento, de aconchego, como útero pulsante que acolhe e gera vida. É
momento fecundo, onde corporeidade/sexualidade, feminina/masculino,
emoção/razão, silêncio/sons se enlaçam e entrelaçam num encantado voluteio
sagrado/profano.
Liturgia
é arte, beleza, música, poesia, sabor… É vida! Resgate do divino no cotidiano,
universo de significações, a liturgia pode nos levar a uma experiência de tipo
fusional, o sentimento oceânico, o mergulhar na grande nebulosa maternal
descrito por Freud. Momento sagrado, liturgia tem a ver com fecundidade,
maternidade, transcendência, eternidade.
É preciso, pois, resgatar essa
liturgia-poesia-sabor em nossa arte de viver, acolhendo o novo, o diferente, sem cisões, exclusões ou
preconceitos. E recuperar a noção de unicidade, pois somos parte da Natureza e
a Natureza é parte de nós. Templos do divino, do sagrado, nossa humana liturgia
precisa abrir-se para o universo do qual somos parte!
Foto: Aya Sophia/Istambul
LEITURAS SUGERIDAS
CHAUÍ, M. Paixão, ação e
liberdade em Espinosa. Publicado na Folha de S. Paulo, Caderno Mais! 22 de
agosto de 2000.
DELUMEAU, J. História do
medo no Ocidente 1300-1800. Companhia das Letras: São Paulo. 1990.
Bíblia de Jerusalém.
Edições Paulinas: São Paulo, 1895.
O feminino, a mulher e seu corpo desde tempos imemoriais tem sido fonte de tabus, ritos e terrores. O medo de seu mistério, fecundidade e maternidade levou o homem a acusá-la de ser a causadora de todos os males da humanidade, trazendo o pecado, a infelicidade e a morte sobre a terra. Seu misterioso ciclo menstrual, o líquido amniótico, cheia de odores e de secreções… a mulher passou a ser considerada impura, manchada, mal-dita!
O sangue é universalmente considerado o veículo da vida. Tanto é que biblicamente se diz que sangue é vida. O sangue, misturado à água da chaga de Cristo, é a bebida da imortalidade. Ele corresponde ainda ao calor vital e corporal, além de ser o veículo das paixões. De acordo com muitos mitos antigos é o sangue que, misturado à terra, dá origem aos seres, às plantas e até mesmo aos metais. O sangue derramado em sacrifício proporcionava, para os povos antigos, a fertilidade, a abundância e a felicidade.
Portanto, a simbologia do sangue é riquíssima e está ligada à vida, à fertilidade, à imortalidade. E, da mesma forma que a simbologia do sangue remonta às civilizações mais antigas, também a menstruação tem sido objeto de inúmeros significados simbólicos nas mais diversas culturas.
Os relatos do Antigo Testamento falam da “impureza” da mulher menstruada. E na Antiguidade os egipcios acreditavam que, quando as esposas ficavam longo tempo afastadas de seus maridos, não mais menstruavam. Porém, o que não se pode negar é que a fecundidade, a maternidade, os mistérios do nascimento e da menstruação são manifestações naturais de poder. E a mulher e seu misterioso ciclo menstrual, intrerrompido durante a gravidez para trazer à vida um novo ser, deixou marcas profundas na psique humana.
Os sentimentos mais precoces de inveja e de terror continuam ligados à sexualidade feminina. Pois, em seu corpo reside o mistério da multiplicação da vida e, através de seu seio se concretiza o mistério da multiplicação do alimento. Assim, ao longo dos tempos, a Mulher recebeu vários nomes: Lilith, a lua negra, transgressora; Eva, responsável pela queda do homem e pela expulsão do Paraíso; Pandora, portadora da caixa em que se ocultavam todos os males que assolam a humanidade, além da esperança; Medeia, devoradora dos próprios filhos; Medusa, Hydra, Fênix… Morgana, Circe, Lorelei… Yara, Yemanjá… e tantos outros.
E o mais trágico disso tudo é que esse medo do feminino, da mulher e de seus mistérios, fez com que elas fossem responsabilizadas por todo o mal que afeta a humanidade, levando-as, inclusive, às fogueiras da inquisição. A verdade é que a mulher, fonte da vida e da fertilidade sagrada mas, também, senhora dos mistérios ligada ao lado obscuro da vida, apavora o homem fazendo-o sentir-se ameaçado de submergir, o que é o oposto da fecundidade. Submergir quer dizer afundar, desaparecer… E fecundidade tem a ver com a capacidade de criar vida.
E a vida, esse poder miraculoso de renascimento, multiplicação e abundância, quando em mãos femininas precisava ser cerceada e controlada pelo terror que inspirava, pelo poder que continha.
E a religião acabou sendo uma das formas utilizadas para controlar o feminino, a mulher e seu poder de fecundidade. Dessa forma, Vida e Morte – Morte e Vida, o ciclo veraz e voraz que todos nós temos que enfrentar, passou a ser dicotomizado, invertendo-se os papéis. A mulher, que por sua natureza tinha o poder de dar a vida, ficou ligada à morte. E o homem “apoderou-se” do poder de criar a vida.
O relato criacionista do Antigo Testamento, alicerçado na tradição patriarcal, disseminou no imaginário coletivo que a mulher foi formada a partir da costela de Adão, tendo sido criada para servi-lo. Passou-se a acreditar, inclusive, que o princípio ativo no processo de geração de uma nova vida dependia, exclusivamente, do sêmen masculino. O ventre feminino nada mais era do que um espaço vazio, preparado para acolher o sêmen masculino. Este, sozinho, “fabricava” a nova vida a surgir.
Acredito que esse medo atávico, arcaico, ancestral, explica a dicotomia veiculada durante séculos em nossa cultura ocidental de origem judaico-cristã. Para se contrapor ao terror de submergir no feminino, tentou-se fazer a separação do inseparável. Defendeu-se a racionalidade sem corporeidade, sem emoção, e a materialidade sem espiritualidade, numa tentativa de se valorizar uma humanidade desprovida de suas humanas dimensões.
Cindindo a Mulher, ela ficou sendo a Eva sedutora e fatal, personificação do mal. E Maria casta, virgem e dessexualizada, a personificação do bem.
É a imagem do feminino dicotomizado, cindido, idealizado. Pois o ideal pode-se abstrair e, assim – pura ilusão – pode-se controlar, submeter, dominar. O sentimento e a emoção, a sedução e a paixão, a corporeidade e a sexualidade, o toque e o prazer… Tudo virou pecado, pecadinhos ou pecadões, numa hierarquização funesta, estigmatizante e preconceituosa. Entrelaçados nos pecadões encontravam-se corporeidade, sexualidade, feminino, mulher! Personificando o encanto e a sedução, emoções à flor da pele, corpo, mulher e sexualidade tornaram-se o símbolo maior do pecado e da perdição desde os tempos mais imemoriais.
Spinoza fez uma análise histórica da Biblía, colocando-a como fruto de seu tempo. Criticou os dogmas rígidos e os rituais sem sentido nem poder, bem como o luxo e a ostentação da Igreja. Contra a visão antropocêntrica da divindade, para ele, Deus tem conhecimento das coisas que criou. Dessa forma, conhece os pecados, porém, estes só existem na mente humana. E, para esse pensador somos modos finitos de Deus, partes da natureza infinita de Deus...
O pensamento ocidental foi por muito tempo oprimido pelo peso da normatividade repressiva da moral e da transcendência teológico-religiosa apoiada na idéia de uma culpa originária. Ambas consideram o corpo a causa das paixões da alma e as julgam como vícios em que caímos por nossa culpa.
Contrariando essa tradição, o filósofo Espinosa defendia o livre exercício do corpo e da alma, libertando-o. Para ele o ser humano é parte imanente da Natureza e possui a peculiaridade de tomar parte na atividade da própria Natureza.Rompendo com a dicotomia entre corpo e alma, consideradas como instâncias separadas e hierarquizadas, Spinosa afirmou:
“Nem o corpo pode determinar o espírito a pensar, nem o espírito pode determinar o corpo ao movimento, ao repouso ou a qualquer outra coisa. Entendo por paixões tudo o que faz variar os juízos e de que se seguem sentimento e prazer.”
O corpo, para Espinosa, é uma unidade estruturada, formando um conjunto equilibrado de ações internas, interligadas por órgãos. Somos indivíduos e, sobretudo, indivíduos dinâmicos, pois nosso corpo é relacional, constituído por relações internas entre órgãos e relações externas com outros corpos.
E a alma? Alma é uma força pensante, e pensar é conhecer algo, afirmando ou negando sua idéia. Expressão finita de um força infinita, a mente humana é uma idéia de seu corpo e idéia dessa idéia. Ou, dito de outra forma, idéia de si mesma como idéia de seu corpo. Por isso, um pensamento é um ato de pensar que se realiza como imaginação, desejo e reflexão.
Somos a unidade de um complexo corporal, formados pelos milhares de corpos que constituem nosso corpo, e de um complexo psíquico que são as inumeráveis idéias que constituem nossa mente (alma). A ligação entre o corpo e a alma não é algo que lhes acontece, mas é o que ambos são, quando são corpo e alma humanos. A alma é consciência da vida de seu corpo e consciência de ser consciente disso.
Assim sendo, não existe o problema metafísico da união entre a alma e o corpo, pois é da essência da alma como atividade pensante, consciente, estar ligada ao seu objeto de pensamento, o corpo. A alma começa e vive num conhecimento confuso de seu corpo e de si. Tem idéias imaginativas e vive imaginariamente. Para Espinosa imaginação significa percepção e imaginar é perceber sensorialmente as coisas e não inventar fantasias, como hoje se pensa. É uma atividade do corpo, não da alma.
Por outro lado, afetando outros corpos e sendo por eles afetado de muitas maneiras, o corpo cria imagens de si a partir do modo como é afetado pelos demais corpos. Nascida de encontros corporais, a imagem institui o campo da experiência vivida como relação imediata e abstrata com o mundo. E tanto o corpo quanto a alma têm como principal interesse a existência e tudo quanto contribua para mantê-la. Referindo-se a esse desejo com o termo conatus, que significa "esforço para se conservar na existência", Spinosa diz que, no corpo, o conatus se chama apetite e, na alma, desejo. E o desejo é a essência do ser humano.
Dizer então que somos apetite corporal e desejo psíquico é dizer que as afecções do corpo são afetos da alma. Isto é, as afecções do corpo são imagens que, na alma, se realizam como idéias afetivas ou sentimentos que são considerados paixões. E esses afetos (paixões) não são vícios, pecados, desordens e nem doenças. São efeitos necessários, pelo fato de sermos uma parte finita da Natureza e estarmos sujeitos a outros efeitos, mais numerosos, e que exercem poder sobre nós.
Portanto, a relação originária da alma com o corpo e de ambos com o mundo é a relação afetiva. Nossas idéias, sejam verdadeiras ou inadequadas, são afetos que, exprimindo nosso conatus, obedecem à lei natural que rege o esforço de preservação na existência. Somos causa adequada de nossos afetos quando são causados em nós por nossa própria potência interna e, então, somos livres e ativos. E somos causa inadequada de nossos afetos quando são causados em nós pelo poder de causas externas e, então, somos passivos e passionais.
No entanto, desde tempos ancestrais essa cisão entre corpo e alma, entre razão (ação) e emoção (paixão) vêm acompanhando e influenciando o desenvolvimento humano. E, pior! As paixões vistas como pecados, vícios e doenças foram atribuídas ao feminino, à Mulher. Por que será?