Vera Chvatal
Diz o poeta-educador Rubem Alves que a “saudades é a
presença de uma ausência.” E essa presença, que marca a ausência, se apresenta
em nosso coração na forma de dor - a dor da saudades que pesa na alma... E dói fundo! É o que todos/as nós que moramos aqui no Jardim Chapadão estamos sentindo com a perda de nossa amiga, muito querida, Terezinha
Pacheco.
Ou simplesmente, Terê!
Ou simplesmente, Terê!
Como disse alguém, a Terê fazia parte de nossa paisagem. Todos
os dias a encontrávamos passeando pelas ruas do bairro ou na praça defronte a
Vila Militar com a Nina, uma poodle que ela recolheu das ruas e que amava com
paixão. Seu bom humor e disposição em ajudar a quem dela precisasse, levavam-na
para a cozinha onde preparava deliciosos pratos que dividia prazerosamente com
as amigas. Terê gostava de comemorar e partilhar os bons momentos.
E tinha uma memória incrível para cantar letras de musica ou declamar poesias. Sua habilidade ímpar para bordar fazia de seus bordados verdadeiras pinturas pela perfeição e delicadeza dos pontos, que se transformavam em coloridas e esvoaçantes borboletas, flores das mais belas e variadas... beleza que deslumbrava olhos e corações.
E tinha uma memória incrível para cantar letras de musica ou declamar poesias. Sua habilidade ímpar para bordar fazia de seus bordados verdadeiras pinturas pela perfeição e delicadeza dos pontos, que se transformavam em coloridas e esvoaçantes borboletas, flores das mais belas e variadas... beleza que deslumbrava olhos e corações.
Terê era o que se costuma chamar de “bom papo”. Gostava de
conversar e para cada um que encontrava pela manhã ou à tardinha, desejava um
bom dia ou uma boa tarde, com um sorriso, uma palavra amiga, uma palavra de
conforto, uma palavra alegre.
Amava a natureza! Outono e inverno eram suas
estações preferidas. Encantavam-na o céu azul “de brigadeiro” - como ela dizia - o
ar transparente, translúcido, as folhas e flores espalhadas pelo chão.
Lembravam-na das muitas viagens pela Europa com seu companheiro Nelson e amigos
queridos.
Seu grande coração estava sempre aberto e pronto para cuidar de cães e gatos perdidos ou abandonados. Nenhum deles passou
por ela sem receber um agradinho, um cuidado, um biscoitinho, um prato de
ração, um pouco de leite... Recolheu muitos e deu-lhes um lar, abrigo e muito,
muito amor. E ai daqueles que ousassem maltratá-los! Defendia-os como filhos seus.
Eu poderia continuar a enumerar as muitas qualidades que
faziam da Terê uma vizinha-amiga-irmã... Mas deixo para cada um/uma que a conheceu, relembrar e guardar em
seu coração - pois o que o coração ama a memória guarda - a amiga que se foi
em uma manhã de inverno de céu azul de brigadeiro, deixando a presença de sua
ausência... Terê!
Vera Chvatal
Vera Chvatal
Foto Vera/primavera defronte à casa da Terê
5 comentários:
bela sensibilidade....
Eg
Quem vai e deixa saudades, não viveu em vão. Aos que ficam a certeza que ter amigos nos torna mais amenos perante a vida. Um bjo. Sonia
Oi Vera...
Que bela homenagem voce faz aqui a essa pessoa tao querida como era a Tere.
Fico aqui triste, pensando nela, exatamente como voce descreve.
Que ela possa estar em paz agora.
Ela estava doente? Esteve hospitalizada ou foi mesmo de repente?
Que dificil pra voce perder essa vizinha amiga de tantos anos...
bjs
Yeda
oi Vera
li agora o poetizando "cronica para uma amiga que se foi" está MUITO BONITO e me emocionou
eu estava viajando e por isso nao entrei em contato antes mas me lembro da Tere de um jantar da associação de amigos de caes e gatos e fiquei surpresa com a noticia de seu falecimento (a Olga me informou alguns detalhes)
Vera realmente lamento mas se serve de consolo sua forma de expressar a dor é pura poesia e nos ajuda a consolar as nossa dores
bjs
gisele
Linda cronica, percebe-se a amizade e o valor deixado por quem se foi.
Bjs. MRegina
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